Notícia

Planejamento integrado pode impulsionar ganhos na conservação de sistemas de água doce

Estudo publicado na revista Science, com participação de professores da UFMG, propõe uso de mapas de conectividade de cursos d’água como solução para falta de dados

Marizilda Cruppe, Rede Amazônia Sustentável

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

sexta-feira, 2 outubro 2020 06:55

Áreas

Biodiversidade. Conservação. Ecologia.

Planejamento que integre informações sobre os ambientes terrestres e aquáticos pode até triplicar a efetividade da conservação da biodiversidade nos ecossistemas de água doce. A afirmação traduz uma das principais conclusões de estudo realizado na Amazônia, ao longo de dois anos de coletas, por pesquisadores do Brasil, incluindo professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e de outros cinco países. Em artigo publicado na revista Science, o grupo também propõe método que lança mão de mapas de conectividade de cursos d’água para compensar a carência de informações biológicas sobre os ecossistemas de rios e riachos.

De acordo com os professores Dr. Ricardo Solar e Dr. Rafael Leitão, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, coautores  do artigo, o estudo foi motivado sobretudo pelo fato de que o planejamento sistemático de conservação da biodiversidade tradicionalmente tem enfoque somente nos ecossistemas terrestres, e não se sabe o quanto as espécies aquáticas estariam sendo protegidas “por tabela”. Além disso, a disponibilidade de dados sobre a biodiversidade de água doce é muito menor que no caso da terrestre. “Nossa hipótese era que planejar a conservação apenas com base no que se conhece sobre o ecossistema terrestre não funciona para proteger o ambiente aquático, com efeitos negativos para toda a área em questão”, afirmou o professor Ricardo Solar.

No primeiro momento, por meio de análise em que os dados de planejamento terrestre e aquático foram contrastados para a mesma região, os pesquisadores constataram que as iniciativas de conservação atuais – apoiadas exclusivamente em dados sobre a vida terrestre – preservam apenas 20% da biodiversidade aquática. Eles partiram então para a simulação de um cenário marcado pela combinação de informações sobre os ecossistemas aquático e terrestre e outras de caráter socioeconômico. “Nessa situação ideal, que não é realista por causa da falta de informações suficientes, os benefícios seriam elevados em até 600%”, destacou o Dr. Rafael Leitão.

O grupo, então, elaborou um modelo que, para compensar a insuficiência de dados sobre os sistemas aquáticos, lança mão dos chamados mapas de conectividade dos cursos d’água em associação à biodiversidade terrestre. “Os resultados mostram que, dessa forma, é possível triplicar a proteção dos ecossistemas de água doce em relação à realidade atual, sem qualquer prejuízo para a biota terrestre”, revelou o Dr. Ricardo Solar, que atua no Centro de Síntese Ecológica e Conservação do ICB.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFMG.

Fonte: Itamar Rigueira Jr., UFMG. Imagem: Marizilda Cruppe, Rede Amazônia Sustentável.

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