Notícia

Ecofibras de reciclagem podem favorecer construção civil mais sustentável

Considerando critérios da economia circular, pesquisadores estudaram alternativa sustentável para o revestimento exterior de edifícios a partir da utilização de materiais reciclados

Sean Pollock via Unsplash

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Data

sábado, 3 outubro 2020 15:40

Áreas

Construção Civil. Economia Circular. Engenharia Civil. Gestão de Resíduos.

A utilização de argamassas de cimento reforçadas com fibras recicladas de lã mineral pode ser uma alternativa sustentável para a sua utilização como revestimento exterior de edifícios. Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), na Espanha, que verificou que o comportamento desta argamassa de cimento apresenta valores de resistência, absorção e permeabilidade muito semelhantes aos dos cimentos habitualmente utilizados para revestimentos externos e superiores ao mínimo exigido pela regulamentação em vigor na Espanha. A nova argamassa ecoeficiente também reduz significativamente o consumo de areia, o que contribui para otimizar o uso de matérias-primas de acordo com os princípios da economia circular aplicados ao setor da construção civil.

A transição para a economia circular é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Atualmente, a lã mineral tem sido o isolante mais utilizado na União Europeia, o que fez com que a quantidade de resíduos de fibras minerais gerados tenha aumentado dramaticamente nos últimos anos, uma vez que não existe uma cultura de reciclá-los. O que ocorre é o depósito desses resíduos em aterros, o que é um sério problema ambiental.

O Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Meio Ambiente da UPM passou anos testando argamassas ecoeficientes que reduzissem o impacto ambiental dos materiais usados ​​no setor de construção. Recentemente, o grupo desenvolveu a primeira argamassa ecoeficiente que incorporou resíduos de fibras como subproduto de sua fabricação. Conseguiram, assim, uma redução do impacto ambiental do aterro, além de reciclar até 50% do volume de areia utilizada, o que representa uma grande economia de matéria-prima e reciclagem de mais de 100kg de lã mineral por tonelada de cimento.

Com base nos resultados deste novo estudo, os pesquisadores analisaram a possibilidade de substituição das fibras, atualmente utilizadas no reforço de argamassas de cimento para revestimentos, por fibras provenientes de resíduos de painéis isolantes de fibras minerais. Para isso, analisaram em laboratório o comportamento à fissura por contração e à água das argamassas de cimento reforçadas com fibra de vidro e fibras de polipropileno comumente utilizadas atualmente, em comparação com as argamassas de cimento reforçadas com fibras do reciclagem de painéis isolantes de lã mineral.

Os resultados destes testes levaram os pesquisadores à conclusão de que as argamassas com fibras recicladas apresentam valores de resistência, absorção e permeabilidade muito semelhantes às argamassas com fibras comerciais e valores que excedem o mínimo exigido pela regulamentação em vigor. Além disso, com eles é possível economizar um grande volume de areia e, assim, evitar o desperdício de matéria-prima.

“Os resultados permitem concluir que estas argamassas de cimento que incorporam fibras recicladas como reforço podem ser adequadas para aplicação como revestimento exterior, o que as torna uma alternativa sustentável para a construção de edifícios que incorporam critérios de economia circular”, concluiu a Dra. Carolina Piña, pesquisadora da UPM.

Os resultados foram publicados na revista científica Sustainability.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte:  Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Sean Pollock via Unsplash.

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