Cidades & Soluções

Banheiro emergencial móvel atende desabrigados por inundações

Marcos Santos / USP Imagens, Divulgação

Fonte

Agência USP

Data

8 maio 2018

Objetivo(s)

Atender as pessoas atingidas por inundações

Projeto

Um banheiro emergencial móvel para atender as pessoas atingidas por inundações é o resultado de um projeto desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Instalado em um contêiner, o equipamento capta em rios, filtra e aquece a água usada nos lavabos, vasos sanitários e chuveiros. A instalação tem capacidade para 144 banhos de dez minutos por dia e é dotada de um banheiro acessível. Por envolver uma metodologia colaborativa, com participação da população, consultores técnicos e empresas, o projeto recebeu o nome de Apis (abelha, em latim). Através da Agência USP de Inovação, foi pedida a patente do equipamento.

“Em alguns municípios, existe uma situação recorrente de inundações, que exigem atendimento emergencial após os desastres”, afirma a professora Lara Leite Barbosa de Senne, coordenadora do projeto, iniciado em 2009. O levantamento preliminar mostrou uma grande demanda na região do Vale do Ribeira, interior de São Paulo, caracterizada por municípios com população em torno de 15 mil habitantes, baixo índice de desenvolvimento humano e poucos recursos para atendimento de emergências. “Em contato com a população de uma das cidades da região, Eldorado, verificou-se a necessidade de um banheiro que atendesse os desabrigados que ficam de sete a 15 dias alojados em escolas e igrejas”.

O banheiro móvel é construído a partir de um contêiner colocado sobre uma plataforma elevada, para não ser atingida pelas inundações. “O contêiner é aberto nas laterais, onde é feito o acesso ao banheiro e são colocadas lonas para fechar a entrada, que serve de vestiário”, descreve Lara. “A água é captada em rios nas proximidades e levada por meio de um sistema de bombeamento até o contêiner”.

A água é conduzida por uma mangueira, ligada à saída da bomba que fica no rio, até uma membrana de ultrafiltração, Este equipamento foi sugerido pelo professor José Carlos Mierzwa, da Escola Politécnica (Poli) da USP, consultor do projeto, e doado pela empresa Dow. “A água filtrada vai para um reservatório de águas frias no alto do contêiner e pode ser aquecida por um gerador, sugestão do pesquisador Gilberto Janólio, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ou através de painéis solares, seguindo para o reservatório de águas quentes”, relata a professora. “Depois de usadas, as águas cinzas, dos chuveiros e lavatórios, e as águas negras, dos vasos sanitários, são armazenadas em bolsões abaixo do contêiner, até serem descartadas”.

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Fonte: Júlio Bernardes. Imagem: Marcos Santos / USP Imagens, Divulgação.

Instituições Envolvidas

FAU – USP

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