Notícia

Tinta aplicada em cascos de embarcações pode intoxicar peixes na Amazônia

Partículas oriundas de substâncias usadas na fabricação do produto se desprendem e aderem ao organismo de animais aquáticos

Divulgação, Adapta/Inpa

Fonte

INPA | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Data

quarta-feira, 10 junho 2020 18:00

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Monitoramento Ambiental.

Substâncias anti-incrustantes, presentes nas tintas aplicadas em cascos de embarcações podem causar intoxicações em peixes na Amazônia. A conclusão é de pesquisas realizadas pelo Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O grupo liderado pelos biólogos Dra. Vera Almeida-Val e Dr. Adalberto Luís Val observou que a presença de nanopartículas de cobre é capaz de causar danos no aparelho respiratório de peixes de pequeno porte de grande importância comercial para a região.

O estudo começou em 2015 com a pesquisa de mestrado da estudante Susana Braz-Mota. A ideia era saber como os peixes lidam com agentes tóxicos despejados nas águas em quantidades relativamente pequenas. Por isso, escolheram avaliar o efeito do metal cobre dissolvido e também do cobre na sua forma de nanopartícula, uma vez que ele está presente na composição das tintas usadas para pintar cascos de embarcações.

“Esse tipo específico de produto impede que diferentes organismos possam aderir ao casco das embarcações. No entanto, essa tinta libera cobre continuamente para o ambiente e causa impacto nos sistemas fisiológicos e bioquímicos dos animais”, explica Susana, que também é bióloga. A pesquisa foi publicada na revista científica Science of The Total Environment.

Uma das principais conclusões da pesquisa de Susana Braz-Mota é que as nanopartículas aderem às brânquias, órgão respiratório dos peixes, popularmente conhecido como guelras, modificando as estruturas e, em longo prazo, dificultando a respiração dos peixes.

“O dano às brânquias afeta toda a estrutura de modelagem respiratória, o que tem como consequência alterações na fisiologia do peixe. Isso foi notado em análises histológicas, que mostraram que os animais expostos tiveram o aparelho respiratório danificado”, explica Braz. O trabalho encontrou danos como fusão das lamelas, proliferação celular, descolamento da parede celular, entre outras patologias que afetam diretamente a respiração, osmorregulação e metabolismo desses animais.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do INPA.

Fonte: Izabel Santos – Leem/ Adapta Inpa. Imagem: Divulgação, Adapta/Inpa.

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