Notícia

Projeto desenvolvido no IPT estuda obtenção de bio-óleo a partir da pirólise de resíduos sólidos urbanos

O projeto, desenvolvido em escala laboratorial, apresenta alternativas de geração de energia e matéria-prima a partir de resíduos sólidos, atualmente mal aproveitados no País

Divulgação

Fonte

IPT | Instituto de Pesquisas Tecnológicas

Data

quinta-feira, 11 abril 2019 10:20

Áreas

Biotecnologia. Energia. Gestão de Resíduos. Sustentabilidade.

Profissionais do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em parceria com a empresa Bioware, desenvolveram um projeto que estuda a produção de óleos a partir da pirólise de resíduos sólidos urbanos (RSU). A ideia foi, em escala laboratorial, estudar o processo a partir da variação da fração dos materiais pirolisados e conhecer a composição e as características dos óleos obtidos.

A pirólise consiste na transformação termoquímica de compostos orgânicos, como biomassa e RSU, em outras substâncias através do aquecimento na ausência de oxigênio, e é hoje uma das opções consideradas para o tratamento de resíduos, ainda pouco utilizada no Brasil. Embora ela possa produzir apenas gás combustível como produto final em temperaturas mais elevadas (maiores que 650 ˚C), no projeto em questão utilizou-se no reator descontínuo um aquecimento mais baixo (500 ˚C), a fim de se obter como produto principal o bio-óleo.

Marcelo Aparecido Mendonça, chefe do laboratório e um dos coordenadores do projeto, explica que foram utilizados resíduos alimentares, papel, papelão e plástico (poliestireno e polipropileno), primeiro isolados e depois misturados entre si para processamento no reator. Ao todo, foram feitos 27 processos diferentes.

“O resíduo sólido urbano é muito heterogêneo no Brasil. A ideia foi entender qual a qualidade do bio-óleo obtido a partir de cada composição dos resíduos e suas misturas. Também conseguimos criar uma equação para estimar o rendimento e o poder calorífico do óleo (potencial energético) a partir das porcentagens dos resíduos na mistura pirolisada, pensando em eficiência de processo”, explica Mendonça.

Cada amostra de bio-óleo passou por uma caracterização ao final do processo, considerando diversos parâmetros como análise elementar (carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e oxigênio), massa específica, viscosidade cinemática, pH, poder calorífico, teor de água e determinação dos compostos orgânicos por cromatografia gasosa.

O projeto, desenvolvido em escala laboratorial, apresenta alternativas de geração de energia e matéria-prima a partir de resíduos sólidos, atualmente mal aproveitados no País – de acordo com o Panorama Abrelpe de 2017, estima-se que 41% dos resíduos coletados regularmente ainda tenham destinação inadequada, enquanto 59% (cerca de 42,3 milhões de toneladas) são dispostos em aterros sanitários, sem nenhum reaproveitamento. O panorama não traz números sobre o volume de lixo reciclado.

“O que fizemos é um pontapé inicial, no sentido de oferecer possibilidades para os resíduos sólidos urbanos. Estudos mais aprofundados e em escala piloto, e considerando a viabilidade técnica, econômica e ambiental, devem ser realizados a partir de agora, para entender como esses conhecimentos podem ser aplicados”, finaliza.

Acesse o conteúdo completo na página do IPT.

Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Imagem: divulgação.

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