Notícia

Poluição, micróbios e biotecnologia

Grupo de pesquisa da UFRN estuda aplicações biotecnológicas de microrganismos, como na biodegradação de hidrocarbonetos

Pixabay

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

segunda-feira, 24 fevereiro 2020 09:20

Áreas

Biologia. Biotecnologia. Gestão Ambiental.

Os micróbios, que só podem ser vistos com auxílio de microscópio, são mais conhecidos pelos problemas que causam à saúde dos seres humanos. O que se sabe pouco, no entanto, são os benefícios dos microrganismos em aspectos variados da vida terrestre. Atualmente, a ciência conhece menos de 1% da diversidade microbiana, ou seja, 99% das espécies ainda estão inexploradas. Surge, então, a grande curiosidade: o que o mundo microbiano pode nos trazer?

Esse questionamento impulsiona as pesquisas da Dra. Lucymara Fassarella Agnez Lima, professora do Departamento de Biologia Celular e Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que concentra suas atenções na descoberta de novos genes dos microrganismos capazes de proporcionar mecanismos com aplicação biotecnológica, isto é, o desenvolvimento de tecnologias a partir de conhecimentos da biologia.

Entre as aplicabilidades estudadas está a biodegradação de hidrocarbonetos – eliminação de poluentes a partir do uso de bactérias. Essa poderia ser a solução, por exemplo, para remediar o aparecimento de petróleo no litoral brasileiro em 2019, quando toneladas do produto foram encontradas nas praias de diversos estados. “Os biorremediadores atuam consumindo o poluente, como se fosse alimento, e o degradam como fonte de energia. O processo, se totalmente limpo, vai gerar água e gás carbônico”, explica a pesquisadora.

Para concretizar esse mecanismo, a Dra. Lucymara Fassarella coordena a prospecção de bactérias no Laboratório de Biologia Molecular e Genômica (LBMG/UFRN). “Isolamos microrganismos em diferentes ambientes e os testamos para saber seus potenciais como degradadores. Depois fazemos combinações entre espécies para formar o que chamamos de consórcios, já que nenhuma espécie degrada todos os tipos de hidrocarbonetos. O petróleo, por exemplo, é uma mistura de vários hidrocarbonetos com características químicas distintas, por isso, usamos diferentes bactérias para melhorar a atividade de degradação”, explica a especialista.

A pesquisa foi uma das 15 selecionadas em todo o Brasil no edital Entre Mares, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que tem como objetivo apoiar projetos em temas correlacionados à finalidade de combater, analisar o impacto e propor soluções para o derramamento de óleo de 2019. O financiamento de 24 meses garante a continuidade do trabalho desenvolvido há mais de 10 anos pelo grupo da UFRN, liderado pela professora Lucymara Fassarella, que ao longo do tempo já isolou mais de 60 microrganismos em laboratório.

O trabalho em laboratório consiste na multiplicação das amostras de organismos, que passam por testes para confirmar seu tipo e, dessa forma, assegurar que não se tratam de espécies patogênicas – que produzem doenças. Caso não haja riscos, a pesquisa segue o desenvolvimento de formulações para o tratamento de contaminantes, com obediência a uma rigorosa legislação. A partir dos resultados, espera-se remediar os impactos do último derramamento de óleo e garantir que os órgãos brasileiros estejam preparados para possíveis desastres ambientais no futuro.

Acesse a notícia completa na página da UFRN.

Fonte: Marina Gadelha, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Imagem: Pixabay.

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