Notícia

Irrigação com energia fotovoltaica para agricultura sustentável

Pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri desenvolveram uma nova solução ecológica para irrigação agrícola que envolve o uso de sistemas de bombeamento fotovoltaico que não consomem eletricidade convencional e economizam 30% de água

Projeto MASLOWATEN

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Data

sábado, 22 fevereiro 2020 11:20

Áreas

Agricultura. Agroecologia. Energia. Sustentabilidade. Tecnologias.

Um consórcio europeu formado por empresas, universidades e federações de usuários, liderado pelo Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madri (UPM), conseguiu introduzir no mercado sistemas de irrigação fotovoltaica de alta potência para aplicações agrícolas. O sistema é 100% renovável, consome 30% menos água e economiza entre 60% e 80% nos custos de energia. O desenvolvimento dessas inovações foi realizado no âmbito do projeto europeu MASLOWATEN (MArket uptake of an innovative irrigation Solution based on LOW WATer-ENergy consumption), liderado pela UPM.

A  UPM coordenou um consórcio de treze membros de cinco países europeus com líderes de tecnologia do setor, universidades e com os próprios usuários finais, potenciais consumidores de inovação (agricultores, cooperativas, comunidades de irrigação e agroindústrias). Dessa forma, a participação dos usuários finais foi fundamental, tanto para orientar as soluções para suas necessidades quanto para a comunicação orientada à exploração da inovação, que se baseia na metodologia de “comunicação entre iguais”.

Ao longo do projeto, foram realizadas pesquisas para permitir a extensão da potência dos sistemas de irrigação fotovoltaica àquela necessária para atender às necessidades dos irrigadores, resolver os problemas associados à intermitência da energia fotovoltaica sem o uso de baterias e realizar a integração com o sistema de irrigação pré-existente através de projetos inovadores que permitissem a máxima utilização fotovoltaica. Essas inovações foram protegidas por três patentes internacionais e foram aplicadas a 5 demonstradores em escala real instalados na Espanha, Portugal, Itália e Marrocos, nas instalações de irrigadores e em condições reais de operação.

As soluções implementadas tiveram um grande impacto social. A validação técnica na Espanha e na Itália mostrou que apenas os sistemas de irrigação fotovoltaica trabalharam para atender às necessidades com 100% de energia renovável, enquanto os sistemas híbridos em Portugal e Marrocos tiveram penetração de 79% e 81% com energia fotovoltaica. A redução no consumo de água está entre 25% e 34%. Da mesma forma, a validação econômica mostrou economias no custo da eletricidade entre 61% e 79% e uma taxa interna de retorno entre 11% e 16%. Por outro lado, a validação ambiental produziu resultados no período de retorno de energia entre 1,9 e 5,2 anos, enquanto o período de retorno de CO2 está entre 1,8 e 9,3 anos.

As patentes geradas no projeto foram licenciadas para 22 Pequenas e Médias Empresas (PMEs) interessadas em projetar e instalar esses sistemas. “São precisamente as pequenas e médias empresas que alcançam os irrigadores; é por isso que esse modelo de negócios foi escolhido para licenciar as patentes”, diz o Dr. Luis Narvarte, pesquisador da UPM que liderou o projeto MASLOWATEN. “Note-se que, somente em 2018, estimamos que essas PMEs instalaram sistemas de irrigação fotovoltaica de alta potência para 73 megawatts, o que equivale a um faturamento de 95 milhões de euros”, diz o pesquisador.

A generalização de tais sistemas no sul da Europa permitiria uma agricultura mais sustentável do ponto de vista econômico e ambiental. Além disso, “economizaria 20.000 milhões de m3 de água para irrigação por ano, 16 milhões de toneladas por ano de emissões de CO2 e a criação de mais de 290.000 empregos”, conclui o pesquisador.

Acesse a página do Projeto MASLOWATEN.

Acesse a notícia completa na página da UPM (em espanhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Irrigação fotovoltaica de 140 kWp em Alter do Chão (Portugal). Fonte: Projeto MASLOWATEN.

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