Notícia

Pesquisadores examinam como contaminantes ambientais podem afetar a saúde hepática em diversas populações

Pesquisadores descobriram que camundongos expostos a níveis moderados de cádmio não apenas desenvolveram fígado gorduroso, mas seus descendentes também e a doença hepática não alcoólica evoluiu para câncer de fígado

Divulgação, Universidade Estadual da Carolina do Norte

Fonte

Universidade Estadual da Carolina do Norte

Data

quarta-feira, 8 junho 2022 13:45

Áreas

Desigualdade Socioambiental. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Saneamento. Saúde. Sociedade. Toxicologia.

A Dra. Cathrine Hoyo, epidemiologista da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos está conduzindo um amplo estudo para aprender como os contaminantes ambientais afetam a saúde do fígado em diversas populações.

A professora Cathrine Hoyo começou a examinar essas conexões para testar uma suspeita: quando ela trabalhava na Universidade Duke, também nos Estados Unidos, ela encontrou um alto nível de cádmio em mulheres grávidas que moravam em um bairro de Durham. Quando ela olhou para os dados do Instituto Nacional de Câncer dos EUA, ela descobriu que os endereços da Carolina do Norte com os maiores incidentes de doença hepática se sobrepunham àqueles com os níveis mais altos de cádmio. Essas taxas vêm aumentando desde 1995, quando foi iniciado o registro de câncer do estado.

“Casos de câncer de fígado têm aumentado de maneiras nunca vistas antes. Sabíamos que cerca de 10% da população tinha fígado gorduroso e fibrose, e os níveis mais altos estavam em hispânicos e brancos. Era inédito que os afro-americanos tivessem fígado gorduroso, então ninguém nunca os havia examinado. Muito rapidamente na última década, estamos vendo aumentos de fígado gorduroso nessas populações”, explicou a Dra. Cathrine Hoyo.

Hoje, na região, 25% das pessoas têm fígado gorduroso e este é o motivo mais comum para transplante de fígado.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) costumava testar a toxicidade de produtos químicos antes de serem liberados em produtos ou descartados, mas a produção de novos produtos químicos aumentou desde a década de 1980. Estima-se que 3.000 novos produtos químicos são lançados no meio ambiente todos os anos e nem sempre são testados.

“Muitos produtos químicos tornaram nossas vidas mais fáceis e não foram ruins. Mas, de vez em quando, aparece algo ruim e não percebemos imediatamente”, destacou a pesquisadora.

A Dra. Cathrine Hoyo e o Dr. Scott Belcher, professor da Faculdade de Ciências e do Centro de Efeitos Ambientais e de Saúde do PFAS da universidade, descobriram que camundongos expostos a níveis moderados de cádmio não apenas desenvolveram fígado gorduroso: seus descendentes também o desenvolveram e a doença hepática não alcoólica evoluiu para câncer de fígado. Especialmente em minorias étnicas, está se tornando um dos cânceres que mais crescem.

Esse estudo levou as pesquisas da Dra. Cathrine Hoyo para o próximo nível: ela agora está trabalhando para determinar como certos produtos químicos e contaminantes ambientais afetam a saúde humana. “Não é apenas a pobreza ou comer fast food. As pessoas pobres tendem a viver em lugares que têm algumas dessas exposições. E algo biológico está acontecendo”, disse a professora Hoyo.

Um investimento de US$ 50 mil (cerca de R$ 250 mil) do Center for Human Health and Environment e do UNC Center of Environmental Health Susceptibility, três anos atrás, permitiu que a Dra. Cathrine Hoyo coletasse dados e validasse se ela e sua equipe poderiam fazer um estudo completo sobre a ligação entre câncer de fígado e contaminantes ambientais, como o cádmio. Esse projeto piloto abriu caminho para a pesquisadora receber um investimento de US$ 17 milhões (cerca de R$ 82 milhões) dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA para iniciar o Southeastern Liver Health Study, que acompanhará 16.000 pessoas na Carolina do Norte e na Geórgia por até cinco anos.

A Universidade Estadual da Carolina do Norte é a instituição líder na concessão, em parceria com a Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Universidade Duke e Universidade Emory.

“Para que o estudo funcione, precisamos realmente entender por que temos essas diferenças étnicas. Se você quiser olhar para isso, precisa alcançar um número suficiente de pessoas de cada etnia. Ao recrutar, queremos todas as etnias, residentes rurais e urbanos, homens e mulheres – não queremos deixar ninguém de fora”, concluiu a Dra. Cathrine Hoyo.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual da Carolina do Norte (em inglês).

Fonte: Deborah Strange, Universidade Estadual da Carolina do Norte. Imagem: Dra. Cathrine Hoyo. Fonte: Divulgação, Universidade Estadual da Carolina do Norte.

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