Notícia

Equipe internacional de cientistas encontra novo tipo de gás natural

Estudo ajudará a melhorar a compreensão de como os recursos de gás não convencionais são formados e refinará as abordagens atuais para identificar possíveis fontes de vazamentos de gás perto de poços

W. Kloppmann, Bureau de Recherches Géologiques et Minières

Fonte

Universidade de Calgary

Data

quinta-feira, 9 junho 2022 06:20

Áreas

Engenharia Ambiental. Geociências. Monitoramento Ambiental. Recursos Naturais.

Entre as incríveis características geológicas de Alberta, no Canadá, estão seus vastos depósitos de xisto: estas estão entre as fontes mais ricas de gás natural no continente, com os chamados reservatórios de hidrocarbonetos não convencionais na província contendo mais de 1,29 trilhão de pés cúbicos de gás.

O Dr. Bernhard Mayer, professor do Departamento de Geociências da Universidade de Calgary, no Canadá, faz parte de uma colaboração de pesquisa internacional que descobriu recentemente um processo de formação de gás anteriormente negligenciado em xistos negros. Através de uma análise detalhada, a equipe de pesquisa – composta por especialistas do Bureau de Recherches Géologiques et Minières (BRGM), Canadá e Suíça – conseguiu demonstrar que esse tipo de processo de formação de gás existe em várias formações de xisto em todo o mundo.

O novo estudo, de autoria da Dra. Maria Naumenko Dèzes, pós-doutoranda do BRGM, ajudará a construir uma maior compreensão de como os recursos de gás não convencionais são formados e refinará as abordagens atuais para identificar as fontes de possíveis vazamentos de gás perto dos poços.

Os resultados foram publicados recentemente na revista científica PNAS.

Quarto tipo de gás natural tem implicações no monitoramento ambiental

Até o momento, três fontes principais de gás natural – microbiana, termogênica e abiótica – foram identificadas. Esta nova pesquisa mostra que existe uma quarta fonte de gás natural, gerada por radiólise – a dissociação de moléculas por radiação ionizante – da matéria orgânica da rocha de xisto.

À primeira vista, os dados mostram que esse novo tipo de gás não é quimicamente muito diferente do gás natural termogênico. No entanto, a equipe de pesquisa descobriu que, ao longo de centenas de milhões de anos, a radioatividade natural de radioelementos como o urânio em xisto pode interagir com a matéria orgânica para produzir algum gás natural composto de metano, etano e propano que possui uma impressão digital isotópica única.

A descoberta é potencialmente importante do ponto de vista do monitoramento ambiental.

“Se os reguladores estão procurando por impactos ambientais do desenvolvimento de gás de xisto, por exemplo, isso tem várias implicações. Anteriormente, quando etano ou propano eram encontrados nas águas subterrâneas, a suposição imediata era que um gás termogênico profundo havia vazado para as águas subterrâneas rasas a alguns quilômetros abaixo da superfície; os culpados mais prováveis ​​por essa migração de gás são poços de petróleo e gás que não estariam devidamente vedados”, explicou o professor Bernhard Mayer.

Encontrar etano ou propano sempre levantou uma bandeira vermelha de que um poço próximo com vazamento pode estar contaminando as águas subterrâneas. “Na minha opinião, essa nova descoberta significa que, se houver xistos espessos e ricos em matéria orgânica sob as águas subterrâneas rasas, pode ser que esse tipo de gás recém-descoberto esteja vazando. Isso é definitivamente algo que testaremos no futuro. Levaremos alguns anos para resolver isso, mas pode não ser tão simples quanto pensávamos anteriormente”, disse o pesquisador, acrescentando que o objetivo da equipe de pesquisa é descrever o processo com a maior precisão possível e evitar atribuir impactos ambientais prejudiciais a circunstâncias que não podem ser verificadas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Calgary (em inglês).

Fonte: Erin Guiltenane, Faculdade de Ciências da Universidade de Calgary. Imagem: fluxo de gás do solo nas proximidades da Fontaine Ardente du Gua, um vazamento de gás termogênico natural milenar. Fonte: W. Kloppmann, Bureau de Recherches Géologiques et Minières.

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