Notícia

Pesquisadores da UFPB desenvolvem catalisadores para produzir combustível do futuro

A partir da água, cientistas obtiveram hidrogênio, que poderá substituir combustíveis fósseis

Departamento de Química da UFPB/Reprodução

Fonte

UFPB | Universidade Federal da Paraíba

Data

quinta-feira, 3 setembro 2020 10:45

Áreas

Energia. Mobilidade. Química. Sustentabilidade. Tecnologias.

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram novos catalisadores para a produção de hidrogênio a partir da água. O objetivo é popularizar essa tecnologia e obter independência de combustíveis fósseis. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Journal of Colloid and Interface Science.

Os pesquisadores constataram que óxidos de metais de transição podem ser utilizados para a produção de oxigênio a partir da água. Os autores ressaltaram que os novos catalisadores também permitem obter hidrogênio de forma sustentável.

A análise foi realizada pelo professor Dr. Fausthon Fred da Silva e pela pesquisadora Annaíres Lourenço, do Departamento de Química da UFPB. O estudo contou também com colaboração de outros pesquisadores da federal paraibana, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Segundo o professor Fausthon, o hidrogênio, como suporte energético, é considerado o combustível do futuro e será o principal substituto dos combustíveis fósseis. Ele pode ser utilizado para a geração de eletricidade ou diretamente como combustível. “A produção do hidrogênio através da eletrólise da água (quebra das moléculas de oxigênio e hidrogênio através da passagem de uma corrente elétrica) é uma rota totalmente possível e limpa. No entanto, o método requer um elevado consumo de energia para superar as barreiras energéticas das ligações químicas”, explicou o professor da UFPB.

O professor Fausthon Silva conta que pesquisas, ao redor do mundo, têm intensificado o desenvolvimento de novos catalisadores para viabilizar a produção do hidrogênio pela eletrólise da água.  “Isso tem permitido a popularização dessa tecnologia e a [potencial] independência dos combustíveis fósseis. A proposta do grupo em desenvolver novos catalisadores leva em consideração aspectos econômicos, sociais e ambientais”, salientou o professor.

Os pesquisadores da UFPB utilizaram, na preparação do experimento, substâncias abundantes e de baixo custo no meio ambiente, como metais de transição (manganês, níquel e zinco). Outro fator relevante foi a característica “ambientalmente amigável” do processo.

No artigo publicado, os pesquisadores demonstraram a eficácia e a estabilidade dos catalisadores ao longo de 15 horas de reação. De acordo com Annaíres Lourenço, os materiais foram preparados por meio de etapas de síntese relativamente simples. “Usamos MOFs (Metal-Organic Frameworks) como moldes para a obtenção de óxidos com estrutura cristalina do tipo espinélio (AB2O4). O desempenho catalítico destes novos materiais mostrou-se superior àqueles de catalisadores similares reportados na literatura”, destacou a mestranda da UFPB.

A participação de pesquisadores das áreas de Química, Física e Engenharia de Materiais de três instituições federais de Ensino Superior (UFPB, UFRN e UFRB) revela, conforme o professor Fausthon, o caráter interdisciplinar da pesquisa realizada. “A origem do estudo veio da cooperação científica do Grupo Interdisciplinar de Materiais e Eletroquímica (GIME). O trabalho está alinhado com iniciativas brasileiras de pesquisa em tecnologia limpa à base de hidrogênio. Também com a agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável”, argumentou o professor da UFPB.

O professor Fausthon reforçou que, embora não tenham benefícios imediatos e em curto prazo para a população, a iniciativa necessita de investimento e de organização de projetos para se desenvolver. O grupo da UFPB, almeja o professor, atuará na produção de patentes ligadas ao trabalho e buscará financiamento público e/ou privado para novas pesquisas.

“Buscamos viabilizar uma possível produção e testes em protótipos de células combustíveis comerciais. Além de parcerias com centros brasileiros de pesquisa em energia limpa”, concluiu o professor da UFPB.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFPB.

Fonte: Jonas Lucas Vieira e Pedro Paz, Ascom/UFPB. Imagem: Departamento de Química da UFPB/Reprodução.

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