Notícia

Pesquisador da UFAL integra trabalho sobre análise ambiental do Brasil

Artigo foi publicado na revista científica “Nature Ecology and Evolution”

Divulgação

Fonte

UFAL | Universidade Federal de Alagoas

Data

quinta-feira, 6 fevereiro 2020 07:05

Áreas

Biodiversidade. Gestão Ambiental.

A preocupação com as questões socioambientais no Brasil é o foco do artigo publicado no último dia 3 de fevereiro na revista científica Nature Ecology and Evolution. Um dos autores do artigo é o pesquisador associado ao programa de Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos do Instituto de Ciências Biológicas (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Dr. João Vitor Campos Silva. Ele explica que o trabalho teve como objetivo “desmembrar os retrocessos ambientais que estão em curso no Brasil, mostrando que seus impactos podem prejudicar não somente a sociedade brasileira, mas também muitos outros países que dependem dos serviços ecossistêmicos e culturais gerados pelas florestas brasileiras”.

Escrito coletivamente por nove pesquisadores, contando com o apoio de 1.230 pesquisadores de diversas áreas, o trabalho tem como título “Ajudar a restaurar a governança brasileira de serviços ecossistêmicos de importância global” (em inglês, Help restore Brazil’s governance of globally important ecosystem services). Os demais autores são das instituições: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). “Nosso intuito não é gerar um alarme pessimista, mas sim discutir possíveis eixos que devem ser priorizados para que o Brasil volte a assumir uma posição de destaque rumo a um futuro mais justo, equitativo e sustentável”, esclarece o Dr. João Vitor.

O pesquisador da UFAL afirma que o objetivo do artigo foi chamar atenção para a “crise ambiental” que o país está passando. “O Brasil vive tempos acirrados politicamente, contudo, independentemente do posicionamento político, alguns fatos atuais precisam ser destacados: vivemos uma crise ambiental sem precedentes, cujos impactos estão começando a ser sentidos por todas as classes sociais”, destaca o especialista.

De acordo com o teor do artigo, o pesquisador da UFAL explica que a proposta dos especialistas “é que o Brasil priorize três linhas que conciliam conservação da biodiversidade e bem-estar da população, são elas: desenvolvimento de agroindústria sustentável, proteção e restauração dos ecossistemas, além de fortalecimento dos direitos dos povos indígenas e tradicionais”. E esclarece: “Temos que agregar valor à biodiversidade brasileira, criando novas indústrias que possam explorar sustentavelmente os recursos naturais. Precisamos proteger os serviços ecossistêmicos gerados pelos sistemas naturais brasileiros, como, por exemplo, provisão de água, regulação do clima, sequestro de carbono. Além de proteger as populações tradicionais originárias. Ninguém protege melhor a floresta do que os povos que dependem dela para sua sobrevivência. E elas têm direitos constitucionais sobre seus territórios para sua reprodução social”, justifica o pesquisador.

Consciente das críticas, sobretudo, daqueles que questionam que as propostas ambientais acabam impedindo o desenvolvimento, o pesquisador defende a importância da preservação e do crescimento sustentável, no caso específico do Brasil. Ele conta que “por muito tempo, a ecologia e a biologia foram dominadas por preservacionistas, cuja visão era a de que é impossível conciliar desenvolvimento econômico com conservação da biodiversidade”. E ressalta: “Hoje sabemos que essa visão é ultrapassada. Há muitos bons exemplos pelo mundo onde o uso de determinado recurso é justamente o que garante sua conservação”. O Dr. João Vítor afirma que “precisamos reconhecer, como sociedade, a necessidade de desenvolvermos um outro conceito de progresso, onde o bem-estar humano seja o carro-chefe e os benefícios sociais e econômicos sejam compartilhados pelo maior número possível de pessoas”. E declara: “O Brasil tem uma responsabilidade muito grande nas mãos, pois é um dos únicos países que ainda tem a chance de mostrar ao mundo que é possível colocar conservação e desenvolvimento no mesmo pacote. Mas para isso é preciso investimento massivo em novas tecnologias, para que novas indústrias sejam criadas para extrair valor da floresta viva, em pé”.

Acesse o artigo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFAL.

Fonte: Thâmara Gonzaga, UFAL. Imagem: Divulgação.

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