Notícia

Pesquisa mostra potencial construtivo do bambu

Em testes em laboratório, pesquisa identificou que o vegetal é eficiente em treliças de coberturas, bem como em estruturas mistas bambu-concreto

Divulgação, Agência UEL

Fonte

UEL | Universidade Estadual de Londrina

Data

terça-feira, 10 dezembro 2019 16:35

Áreas

Construção Civil. Sustentabilidade.

O bambu tem grande potencial para substituir a armadura de aço em elementos estruturais das edificações. É o que mostra pesquisa desenvolvida pelo professor Dr. Gilberto Carbonari, do Departamento de Estruturas do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Hoje, após mais de 10 anos de estudos, já é possível indicar que o vegetal pode revolucionar a construção civil.

Quando começou as pesquisas com bambu, o professor Gilberto Carbonari não imaginava os resultados que encontraria, devido à elevada resistência mecânica que o bambu, muito comum no país, apresentaria. A utilização só é possível graças ao tratamento inovador identificado em pesquisas à base de Tanino, um produto natural, encontrado em sementes e cascas de árvores, que fornece mais durabilidade à planta. O professor deixa claro que os estudos continuam e precisam ser melhorados para aplicações práticas, não atendendo ainda ao mercado.

Em testes realizados no Laboratório de Estruturas, do CTU, o pesquisador identificou que o vegetal é eficiente em treliças de coberturas, bem como em estruturas mistas bambu-concreto (lajes e vigas), entre outras. As pesquisas são resultado de vários projetos na linha de pesquisa em bambu, cadastrados na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG), além de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da graduação em Engenharia Civil e de monografias produzidas na Especialização em Engenharia de Estruturas, todos orientados pelo professor Gilberto.

As vantagens identificadas na utilização do vegetal apontam para impactos científico, social, econômico, ambiental e sustentável. “O bambu é um produto que vem da natureza, de produção rápida, custo baixo e que dá leveza para a estrutura”, destaca o professor.

Faltam ainda testes com pilar, a parte vertical da construção. Ele conta com entusiasmo que as pesquisas começam no próximo ano. Em seguida, o objetivo é construir uma estrutura de dois pavimentos apenas com concreto e bambu – “com zero aço”, propõe o especialista. Com essa construção será possível verificar a eficiência também frente à umidade, além de quanto a planta resiste ao ficar exposta ao ambiente.

Potencial

A espécie utilizada na pesquisa é a Dendrocalamus giganteus, retirada de moitas, dentro do Campus Universitário. Ela apresenta uma resistência média à tração de 120 MPa (Mega Pascal), e à compressão de 55 MPa, enquanto o aço da construção civil tem cerca de 500 MPA de resistência à tração. No entanto, na relação de eficiência, em que se compara resistência (à tração ou à compressão) pela densidade, o bambu é mais eficiente que o aço, por ter densidade aproximadamente dez vezes menor (780 kg/m³) que o aço (7800 kg/m³).

O professor se especializou na planta e conta que nas moitas de bambu, os caules, também chamados de colmos, podem alcançar cerca de 30 metros de altura e, nos primeiros anos de vida, podem crescer até mais de um metro em uma só noite. Hoje, só de olhar a cor do caule ele tem ideia da idade aproximada do vegetal. O aspecto marrom, com casca, por exemplo, é uma planta recém-crescida. E quando está verde, ela tem mais de um ano. O caule bem escuro, coberto com muitos musgos, significa que já é velha, com mais de 10 anos. Segundo o professor Gilberto, o ideal para a construção civil é o bambu entre três e oito anos, período em que os colmos apresentam as propriedades ideais de resistência mecânica.

Acesse a notícia completa na página da UEL.

Fonte: Agência UEL. Imagem: Divulgação, Agência UEL.

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