Notícia

Pesquisa mostra influência dos pesticidas botânicos sobre populações de abelhas

Pesquisa mostrou que os pesticidas botânicos, os chamados naturais, não são inofensivos às abelhas

Prof. Dr. Paulo Henrique Tschoeke

Fonte

UFT | Universidade Federal do Tocantins

Data

sexta-feira, 20 dezembro 2019 10:00

Áreas

Agricultura. Agroecologia. Alimentação.

De flor em flor, as abelhas – os seres polinizadores da maior parte dos ecossistemas do planeta – garantem não apenas o próprio alimento, mas o da humanidade e, também, a sobrevivência das demais espécies. Somente em relação à agricultura, por exemplo, cerca de 70% do que é cultivado no mundo depende do trabalho das abelhas, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Não à toa – e por uma série extensa de razões -, as abelhas foram intituladas como os seres mais importantes da Terra, segundo uma das mais respeitadas instituições de estudos no mundo, a Royal Geographical Society, de Londres. No entanto, a mesma instituição soou um alarme: as abelhas estão desaparecendo do planeta.

Entre as causas que ameaçam a vida dessas “pequenas grandes notáveis”, há pesquisas científicas que apontam o uso irracional de pesticidas sintéticos. Mas, e os pesticidas botânicos, os ditos naturais, seriam mesmo de todo inofensivos às abelhas? De forma surpreendente, um estudo recente respondeu que não!

O estudo em questão foi conduzido pelo professor Dr. Paulo Henrique Tschoeke, do colegiado de Agronomia do Campus de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT),  em parceria com outros cinco pesquisadores: o Dr. Mateus Dalcin, a Dra. Marcela Cristina Silveira-Tschoeke, o Dr. Renato Sarmento e o Dr. Gil Rodrigues Santos, todos da UFT, e também o Dr. Eugênio Oliveira, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Os pesquisadores chegaram a este resultado estudando os efeitos, sobre as populações de abelhas, do óleo de neem – um pesticida botânico – e de fungicidas e inseticidas convencionais. O estudo integra a tese de doutorado do professor Tschoeke no Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal (PPGPV) do Campus. Os resultados foram publicados na revista científica Environmental Pollution.

O delicado encontro entre abelhas, agricultura e o uso de pesticidas 

O professor Tschoeke vem pesquisando a relação entre as abelhas e a agricultura desde 2008, com destaque para os estudos de campo de polinização em melão e melancia na região de Formoso do Araguaia.

Comparando o uso do óleo de neem com o de pesticidas sintéticos no cultivo do melão, percebeu-se um fato negativo, mesmo quanto à  alternativa botânica, sobre a polinização realizada pelas abelhas na plantação: “Os resultados nos trouxeram certa surpresa”, afirma o professor, “uma vez que o neem teve não somente efeito negativo quanto à visitação das abelhas, mas, ainda, na qualidade dos frutos – que diminuíram de tamanho e de peso”. A partir disso, uma das recomendações do estudo é que também se deveriam fazer análises de risco a respeito do uso de pesticidas naturais nos plantios.

No cultivo de melão e melancia, por exemplo, o trabalho das abelhas é indispensável, destaca o professor Tschoeke: “Sem o trabalho delas, não há frutos. E, feita a polinização, mas de forma insatisfatória, pode até haver a ocorrência de fruto, porém mal formado, um fruto que não alcança o mercado”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFT.

Fonte: Gihane Scaravonatti e Paulo Aires, UFT. Imagem: Prof. Dr. Paulo Henrique Tschoeke.

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