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Poluição do ar: saúde humana e saúde marinha são afetadas de maneiras semelhantes

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos estão associados ao efeito prejudicial que a poluição do ar tem sobre o coração

Freepik

Fonte

Universidade de Manchester

Data

quinta-feira, 19 dezembro 2019 11:10

Áreas

Qualidade do Ar. Sociedade. Saúde.

A poluição do ar está associada a efeitos prejudiciais à saúde humana, incluindo aumento do risco de doenças cardíacas e derrames. Pesquisa publicada no último dia 16 de dezembro na revista científica The Journal of Physiology por pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, mostra que o conhecimento que temos sobre como a poluição prejudica os corações das espécies marinhas pode ser aplicado aos seres humanos, pois os mecanismos subjacentes são semelhantes. Em outras palavras, o conhecimento adquirido no ecossistema marinho pode ajudar a proteger o clima e a saúde do nosso planeta, além de ajudar a saúde humana.

Cerca de 11.000 doenças cardíacas e mortes por AVC no Reino Unido a cada ano são atribuídas à poluição do ar, especificamente devido a material particulado (PM, do inglês particulate matter) que causam problemas de saúde. Neste sentido, as partículas PM2,5 (partículas com dimensões de até 2,5 micrômetros) são bem agressivas.

Os pesquisadores analisaram vertebrados e se concentraram particularmente em um conjunto de compostos que se ligam à superfície da PM, chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), já que a quantidade de HAP na MP é associada ao efeito prejudicial que a poluição do ar tem sobre o coração.

Embora se saiba que a poluição do ar é perigosa para os seres humanos, na verdade, ela só se tornou um tópico amplamente pesquisado nos últimos cinco anos. Em espécies marinhas, no entanto, o mecanismo de como a poluição por HAP causa problemas cardíacos é bem conhecido.

Estudos pós o derramamento de óleo do caso “Exxon Valdez” em 1999 mostraram que o ecossistema ainda não se recuperou 20 anos depois. Em 2010, pesquisas sobre peixes após o derramamento de óleo da “Deepwater Horizon”, que liberou grandes quantidades de HAP no ambiente marinho, mostraram que a capacidade de contração do coração dos peixes estava prejudicada.

A Dra. Holly Shiels, autora sênior do estudo e professora da Universidade de Manchester, explicou: “A poluição afeta todos nós que vivemos no planeta Terra. Devido à natureza conservada da função cardíaca entre os animais, os peixes expostos ao HAP devido a derramamentos de óleo podem servir como indicadores, fornecendo esclarecimentos significativos sobre os impactos na saúde humana dos HAP e da poluição do ar por material particulado”.

O Dr. Jeremy Pearson, Diretor Médico Associado da British Heart Foundation, que financiou parcialmente a pesquisa apresentada nesta revisão, comentou: “Sabemos que a poluição do ar pode ter um efeito extremamente prejudicial à saúde cardíaca e circulatória, e esta revisão resume os mecanismos que potencialmente contribuem para o comprometimento da função cardíaca. Reduzir a poluição do ar é crucial para proteger a saúde do coração, e é por isso que a BHF está pedindo ao governo que se comprometa a reduzir a poluição do ar dentro dos limites da OMS”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Manchester (em inglês).

Fonte: Universidade de Manchester. Imagem: Freepik.

 

 

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