Notícia
Pesquisa busca melhorias no tratamento do chorume
Pesquisadores da UEL enfrentam o desafio de reduzir o lodo quando do tratamento do líquido
Divulgação, UEL
Fonte
UEL | Universidade Estadual de Londrina
Data
quarta-feira, 11 março 2020 12:00
Áreas
Engenharia Ambiental. Gestão Ambiental. Gestão de Resíduos.
“Tratamento de lixiviado de aterro sanitário por reagente de Fenton”. Este é o projeto de pesquisa do Departamento de Construção Civil do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU), da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que busca melhorar o tratamento do efluente – mais conhecido como chorume – para reduzir os riscos ambientais. O lixiviado de aterro tem alta concentração de matéria orgânica, de nitrogênio e de nitrogênio amoniacal, considerados altamente poluentes. O nitrogênio amoniacal, por exemplo, tem propriedades corrosivas.
O projeto é coordenado pela professora Dra. Deize Dias Lopes, que pesquisa o tratamento de chorume desde 2004 e participa, há quase 20 anos, do monitoramento de aterros em Londrina e região. O projeto tem também a participação do professor Caio Victor Lourenço Rodrigues, que pesquisou o chorume em seu Mestrado em 2011. “Já conseguimos bons resultados, ajustando o PH, o que é importante para um tratamento em larga escala”, afirma o professor Caio Rodrigues, que é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil do CTU.
O reagente de Fenton é uma fórmula de peróxido de hidrogênio e um catalisador de ferro, usada para oxidar impurezas ou águas residuais. O fenton também é usado para destruir compostos orgânicos, principalmente, o tricloroetileno e o percloroetileno. O reagente já é aplicado no lixiviado de aterro sanitário, em processo físico-químico, na remoção de matéria orgânica resistente. “A gente entende que é viável porque é um reagente de baixo custo, indicado para tratamento em larga escala”, afirma o professor.
O professor Caio explica que o reagente de fenton no tratamento de lixiviado de aterro é eficiente, mas apresenta um importante efeito colateral: a geração de grande quantidade de lodo. Por isso, os pesquisadores da UEL estão debruçados sobre o desafio de reduzir o lodo quando do tratamento do líquido. “Quanto menos lodo o tratamento gerar, melhor vai ser a operação no aterro sanitário”, afirma o professor, cujo projeto conta com a participação de estudantes de iniciação científica (IC), de mestrado e de doutorado. “O tratamento do lodo não é barato. É um processo caro”, acrescenta o pesquisador.
O professor explica que suas pesquisas conseguiram reduzir a matéria orgânica do lixiviado de aterro em até 90%, mas esse processo gerou muito lodo. “Uma tendência que estamos verificando é trabalhar com a combinação de vários processos. Pode ser que tenhamos redução da eficiência [taxa de eliminação da matéria orgânica], mas podemos com isso baixar a quantidade de lodo”, explica. As possibilidades de combinação do fenton no lixiviado serão testadas ao longo deste ano.
A professora Deize Dias Lopes explica que a quantidade de lixiviado produzido por um aterro sanitário varia por diversos fatores. “Diferentemente de uma indústria, em um aterro sanitário o lixiviado varia muito em vazão conforme a época do ano e a quantidade de chuva, o local onde está instalado e a operação”, diz a professora. Cada cidade produz um chorume diferente, conforme o tipo de material destinado ao aterro.
A Dra. Deize Lopes ressalta que a mão de obra para operar um sistema de tratamento de lixiviado é deficiente, porque se trata de um processo especializado, exigindo conhecimento e domínio de técnicas. Além disso, o líquido produzido em um aterro nem sempre é tratado no local e a produção é encaminhada para outro lugar que realiza esse processo. Isso também encarece o tratamento.
Acesse a notícia completa na página da UEL.
Fonte: Reinaldo Zanardi, Jornal Notícia – UEL. Imagem: Divulgação, UEL.
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