Notícia

Pampa: pouco estudado, bioma gaúcho esconde potencial natural de controle biológico

Pesquisa de doutorado da UNIVATES utilizou ácaros como ferramentas para o controle biológico

Paulotagliani via Wikimedia Commons

Fonte

UNIVATES | Universidade do Vale do Taquari

Data

quarta-feira, 16 setembro 2020 09:05

Áreas

Agricultura. Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de 176.496 km² . Isto corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados e afloramentos rochosos, entre outros cenários. Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e global. Também é no Pampa que fica a maior parte do aquífero Guarani.

Durante seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) na Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES), Maicon Toldi estudou a utilização do biocontrole com ácaros predadores, sob orientação do Dr. Noeli Juarez Ferla. O trabalho, realizado em parceria com o pesquisador italiano Enrico de Lillo, utilizou ácaros como ferramentas para o controle biológico, ou seja, um animal predador para controlar outro que atinge nível de praga na produção de alimentos.

“Também percebi que não há muitos estudos e informações sobre o bioma Pampa. A característica ambiental do Pampa de ter um mosaico de campo e mata confere uma complexidade aos estudos e manejos sustentáveis. É um ambiente gaúcho e temos que fazer o tema de casa estudando e conservando-o, pois pode ser que as respostas para algumas das nossas perguntas estejam lá, como espécies de ácaros predadores para algumas pragas”, analisou o pesquisador.

Uma das plantas em que foi verificada a maior quantidade de predadores foi a Vassourinha (Baccharis dracunculifolia), uma planta comum de áreas de campo. “Identificamos nessa planta dois ácaros que podem ser utilizados como predadores de pragas na produção de morangos, por exemplo. O que percebemos no trabalho já está sendo aplicado na produção ecológica de alimentos”, destacou o pesquisador.

O Dr. Maicon afirmou ainda que a pesquisa ressaltou a importância da preservação das paisagens naturais. “Quanto mais conservado o ambiente e maior o número de plantas, mais fácil vai ser a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos. Outra planta, a Trichilia elegans, teve um predador que foi liberado este ano para ser usado no controle biológico de mosca-branca, Amblyseius tamatavensis.  A natureza é muito sábia e às  vezes só temos que conduzi-la para o objetivo que queremos. Nestes casos, são plantas nativas que fazem um trabalho gratuito para quem for produzir alimento, não precisa sequer capinar”, brincou o pesquisador.

Além da identificação de ácaros característicos do Pampa gaúcho que podem atuar como predadores de ácaros-praga, O Dr. Maicon Toldi também realizou a descrição de quatro novas espécies  de ácaros e uma delas recebeu um nome em homenagem ao bioma Pampa, a Aculus pampae. A partir deste trabalho novos estudos podem ser realizados investigando seu efeito direto na produção de alimentos.

Acesse a notícia completa na página da UNIVATES.

Fonte: Assessoria de Imprensa, UNIVATES. Imagem: Paisagem típica do Bioma Pampa no Rio Grande do Sul. Fonte: Paulotagliani via Wikimedia Commons.

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