Notícia

Mais de 90% das áreas protegidas estão desconectadas

Estudo revelouque apenas nove países e territórios têm mais de 17% de suas terras protegidas e mantêm mais de 50% de conectividade

Dan Smedley via Unsplash

Fonte

Universidade de Queensland

Data

terça-feira, 15 setembro 2020 07:00

Áreas

Conservação. Desmatamento. Ecologia.

Novo estudo mostra que o desmatamento provocado pela agricultura, mineração e urbanização está isolando e desconectando as áreas naturais protegidas da Terra umas das outras. A doutoranda Michelle Ward,  da Escola de Ciências Ambientais e da Terra da Universidade de Queensland, na Austrália, e autora principal do trabalho, disse que as descobertas foram alarmantes. “As áreas protegidas são vitais para a proteção e sobrevivência de plantas, animais e ecossistemas”, disse Michele Ward.

“Quando um habitat saudável e intacto conecta essas áreas protegidas, as espécies podem migrar, escapar de perigos como incêndios e rastrear seus microclimas preferidos sob mudanças climáticas rápidas. Nossa pesquisa mostra que 40% do planeta terrestre está intacto, mas apenas 9,7 % das áreas protegidas da Terra pode ser [uma área] considerada estruturalmente conectada. Isso significa que mais de 90% das áreas protegidas estão isoladas, em um mar de atividades humanas”, explicou a pesquisadora.

De acordo com acordos internacionais, a rede global de áreas protegidas deve estar bem conectada e cobrir 17% da terra.

O estudo revelou, no entanto, que apenas nove países e territórios têm mais de 17% de suas terras protegidas e mantêm mais de 50% de conectividade. Os pesquisadores apontam que o Brasil é um destes países, com mais de 25% do território com áreas protegidas e com cerca de 50% de áreas protegidas conectadas.

“Em uma nota positiva, nosso estudo fornece uma estrutura – que não tínhamos antes – para países e territórios avaliarem o desempenho da conectividade de suas áreas protegidas existentes e futuras, com acesso a informações e métricas”, disse Michelle Ward.

O Dr. James Watson, professor da Universidade de Queensland e da Wildlife Conservation Society, disse que a pesquisa destacou a importância de identificar futuras áreas protegidas e a necessidade de mais ênfase na proteção e restauração de habitats em larga escala.

“As áreas protegidas estão se tornando cada vez mais a única ferramenta sobre a qual os conservacionistas falam, mas a maior parte da natureza vive além dos limites da área protegida. Precisamos de metas de conservação nacionais e globais que abordem a conservação de toda a paisagem e alvos que impeçam a destruição do habitat entre as áreas protegidas”, salientou o professor Watson.

“A maior parte da natureza não tem chance de sobreviver em apenas 20% do mundo. Esperamos que este estudo forneça informações essenciais para o planejamento de conservação e desenvolvimento, ajudando a orientar as futuras agendas de conservação nacionais e globais”, concluiu o professor.

O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland. Imagem: Dan Smedley via Unsplash.

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