Notícia

Novo tratamento poderia cortar custos e reduzir o impacto ambiental causado pela indústria têxtil

Processo para tingimento de tecidos de poliéster reduz uso de corante pela metade

Antoninho Perri / Divulgação.

Fonte

Jornal da UNICAMP

Data

quinta-feira, 7 junho 2018 08:00

Áreas

Gestão Ambiental, Recursos Naturais, Sustentabilidade

O poliéster é o tecido sintético mais utilizado no mundo. De baixo custo e grande versatilidade, ele apresenta muitas vantagens, sendo um tecido resistente a rugas, fácil de lavar e de alta durabilidade. Mas, apesar das vantagens, o poliéster tem um importante problema. Devido à sua baixa capacidade para interagir com moléculas de água, o processo de tingimento requer altas temperaturas e grandes concentrações de corante. Mas, de acordo com os resultados obtidos por José Geraldo De Carvalho durante a sua tese desenvolvida no Departamento de Engenharia de Materiais e Bioprocessos da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, é possível aumentar a eficiência do tingimento do poliéster submetendo previamente o tecido a um processo chamado ‘tratamento corona’.

“Fazendo as medições de cores com e sem ‘tratamento corona’, nós observamos que, com o tratamento, conseguimos atingir uma mesma cor usando metade da concentração de corante”, afirma De Carvalho. O achado, portanto, pode ter importantes aplicações na indústria.

Plasma

O tratamento corona utiliza ar em forma de plasma, um estado físico similar ao gás no qual uma parte das partículas se encontra ionizada, ou seja, eletricamente carregada. Quando o plasma é dirigido contra uma superfície, as partículas carregadas reagem com as moléculas da superfície, alterando a sua estrutura. Isto é especialmente útil no caso de materiais poliméricos, muitos dos quais não interagem bem com a água. O plasma modifica a estrutura das moléculas da superfície e cria pontos nos quais as moléculas de água podem se ancorar.

Em tecidos poliméricos, como o poliéster, a capacidade para absorver água é fundamental para os chamados “processos de beneficiamento”, ou seja, tratamentos como o tingimento ou a estampagem, que melhoram as caraterísticas do tecido, aumentando o valor agregado. No caso do tingimento, quanto maior é a capacidade do tecido de interagir com líquidos, a chamada “molhabilidade”, mais eficiente é o processo.

“O aumento da molhabilidade [pelo tratamento corona] poderia trazer uma redução considerável de quantidade de corante no processo de tingimento. Isso poderia reduzir custo, mas também o impacto ambiental,” explica De Carvalho, lembrando que os corantes químicos são substâncias altamente tóxicas e que seu descarte constitui o principal resíduo gerado pela indústria têxtil.

Acesse o conteúdo completo na página do Jornal da UNICAMP.

Fonte: Ignácio Amigo, Unicamp. Imagem: Antoninho Perri, divulgação.

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