Notícia
Descarte de resíduos químicos poderia ser mais eficiente, aponta estudo
Pesquisa analisou o descarte de resíduos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, sugerindo melhorias
Divulgação
Fonte
USP | Universidade de São Paulo
Data
sexta-feira, 8 junho 2018 09:00
Áreas
Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Saúde
Muitas vezes, o vidro que foi para o lixo de casa é separado por ser perigoso para quem coleta. Essa é uma forma simples e prática de prevenir acidentes no descarte doméstico. Mas, e no caso de resíduos oriundos de laboratórios químicos? Como o descarte deve ser feito para evitar danos à saúde ou mesmo gastos desnecessários? A pesquisadora Patrícia Amorim, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP investigou o despejo de resíduos químicos nos laboratórios da faculdade.
Os resultados do seu trabalho foram um aumento na conscientização da comunidade, trazendo a informação de que 10% dos resíduos gerados são facilmente tratáveis ー sem grande esforço ou investimento em infraestrutura, só com capacitação das pessoas envolvidas ー, e isso também ocasionaria uma redução nos gastos com os descartes.
Um exemplo dessa possibilidade de tratamento é a recuperação da acetonitrila, um solvente orgânico muito utilizado em análises, como a cromatografia líquida ー um método de separação de compostos químicos. “A acetonitrila é um subproduto do petróleo, então se ele entra em crise, nós tentamos recuperá-la com um nível de pureza satisfatório ー conseguimos soluções com mais de 99% de pureza ー usando uma concentração padrão, com descarte frequente na faculdade. Além dela, podem ser recuperados outros solventes, como o metanol e o acetato de etila, por exemplo.”
Identificar para tratar
Em sua pesquisa, Patrícia analisou o descarte de resíduos sob duas perspectivas complementares: gerenciamento e tratamento. Ela conta que no gerenciamento foi feito o levantamento de resíduos descartados no período estudado, além de outras identificações. “Fizemos um levantamento de todos os resíduos gerados aqui [na FCF] no período de janeiro de 2014 a agosto de 2016, e de como eles estavam sendo descartados. Então foi feito um inventário, para manter um controle de identificação, quantificação e rastreabilidade, para saber de onde vinha o resíduo.”
Ao todo, a FCF tem mais de 73 laboratórios. Esse número permite uma visualização do quanto de resíduo é produzido e por isso a faculdade faz, mensalmente, o descarte dos resíduos químicos ー considerados perigosos. “No entanto, alguns dos resíduos gerados não precisariam ser descartados como perigosos se tivessem um tratamento prévio antes de sair do laboratório gerador. Diminuindo riscos posteriores para as pessoas que transportam os resíduos e produzindo benefícios ambientais e econômicos para a unidade”, conta Patrícia.
Com isso em mente, e com o apoio de sua xará, a especialista do Instituto de Química (IQ) da USP Patrícia Busko di Vitta, Patrícia Amorim analisou e identificou resíduos tratáveis dentro da própria faculdade com base em compatibilidade química, segurança e facilidade de manuseio.
Acesse a notícia completa no site da USP.
Fonte: Luccas Nunes, USP. Imagem: scheidegger0/Pìxabay CC0.
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