Notícia

Cientistas defendem lista única das espécies do mundo

Os cientistas, frustrados com o número de listas diferentes para os organismos do mundo, dizem que é hora de concordar com um modelo que veria todas as espécies do mundo em uma única listagem

Heather Edwards via Unsplash

Fonte

Universidade de Auckland

Data

quinta-feira, 9 julho 2020 12:00

Áreas

Biodiversidade. Ciências Biológicas. Ecologia.

Pesquisadores, incluindo o professor Dr. Mark Costello, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, publicaram um artigo na revista científica PLOS Biology descrevendo um roteiro para criar, pela primeira vez, uma lista única de todas as espécies, de mamíferos e aves a plantas, fungos e micróbios.

“Pode parecer que isso deveria ser uma prática normal, mas não é um trabalho empolgante, não é fácil chegar a um acordo com pessoas de todo o mundo e não é uma responsabilidade óbvia da agência de financiamento de qualquer país”, disse o professor Costello.

“Alguns dos problemas com a classificação taxonômica são que grupos icônicos de organismos, como pássaros e girafas, aparecem em várias listas, enquanto outros grupos de espécies menos conhecidos não têm nenhuma lista”, destacou o pesquisador.

Como as espécies foram descritas em milhares de publicações por taxonomistas – aqueles que descobrem, nomeiam e classificam espécies -, às vezes, a mesma espécie é descrita muitas vezes com nomes diferentes, dificultando o rastreamento de quantos foram cientificamente nomeados no total.

Um exemplo é a girafa reticulada com as espécies quenianas e angolanas consideradas espécies separadas por alguns cientistas, mas não por outros (a União Internacional para Conservação, por exemplo, reconhece uma espécie com nove subespécies). Ambas possuem alta prioridade de conservação, mas o trabalho de conservacionistas para aumentar o número de animais transferidos entre populações pode resultar em híbridos ou animais não bem adaptados ao seu novo ambiente, diz o professor Costello.

O novo documento descreve um conjunto de dez princípios dentro de uma estrutura para criar e administrar listas de espécies, e um mecanismo de governança proposto para garantir que as listas sejam bem gerenciadas e amplamente aceitáveis.

Os autores afirmam que os avanços na tecnologia da informação estão tornando mais fácil do que nunca a comunicação, o acesso e a agregação de informações sobre biodiversidade, de modo que agora é a hora de decidir quais táxons e nomes devem ser usados.

O professor Costello diz que é importante que os governos tenham listas confiáveis, de comum acordo, cientificamente defensáveis ​​e precisas para fins de conservação, tratados internacionais, biossegurança e regulamentação do comércio de espécies ameaçadas.

A falta de uma lista única e de comum acordo também dificulta os pesquisadores que estudam a biodiversidade da Terra.

Novos bancos de dados, como o Registro Mundial de Espécies Marinhas (WoRMS) e o Catálogo da Vida, em que o professor Mark Costello desempenhou papéis de liderança, trouxeram ordem considerável às listas de espécies marinhas e agora listam perto de 1,8 milhão – ou 85% – de todas as espécies marinhas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).

Fonte: Anne Beston, Universidade de Auckland. Imagem: Animais na Reserva Nacional de Maasai Mara, no Quênia. Fonte: Heather Edwards via Unsplash.

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