Notícia

Biochar: fertilização de florestas com resíduos de fábricas de papel

Lodo e cinzas como resíduos de fábricas de papel podem ser usados como fertilizantes eficazes. Isso envolve o uso de biocarvão, carbono proveniente de material orgânico que seria devolvido à floresta, fechando o ciclo

David Bruyndonckx, Unsplash

Fonte

Universidade Karlstad

Data

sexta-feira, 21 fevereiro 2020 12:40

Áreas

Agroecologia. Ciência Ambiental. Engenharia Ambiental. Tecnologias.

O “Biochar”, ou biomassa de origem vegetal processada por meio de pirólise, é um tipo de carvão vegetal que pode ser empregado para correção e fertilização do solo. “O Biochar traz muitos efeitos benéficos ao meio ambiente”, diz a Dra. Maria Sandberg, professora de sistemas ambientais e energéticos da Universidade Karlstad, na Suécia e líder de pesquisa que mostra que lodo e cinzas como resíduos de fábricas de papel podem ser usados como fertilizantes eficazes em florestas. Assim, o carbono proveniente do material orgânico é devolvido à floresta, fechando  o ciclo. “Nossos experimentos de laboratório mostram que, enriquecendo o biochar, podemos produzir um fertilizante muito eficaz para as plantas da floresta. Se trouxermos o biochar de volta à floresta, ele permanecerá estável por um longo tempo. Dessa forma, o carbono estará ligado e haverá menos dióxido de carbono na atmosfera, o que pode neutralizar o aquecimento global”.

Biochar voltou ao ciclo natural

Quando as árvores crescem, elas absorvem dióxido de carbono do ar e nutrientes, além de cátions básicos do solo. Quando as árvores são derrubadas para a produção de celulose e papel, os nutrientes e cátions básicos se acumulam em lodo e cinzas. Uma parte do carbono se acumula nos resíduos do processo de purificação das águas residuais. Ao transformar o lodo em biochar e misturá-lo com as cinzas, entre outras coisas, é produzido um novo tipo de melhoria do condicionador de solo, que pode ser usado em viveiros florestais ou diretamente na floresta. Quando o biocarvão é devolvido à floresta, a acidificação e a emissão de dióxido de carbono podem ser reduzidas.

“Realizamos um projeto piloto com estudos de laboratório em 2018 e, no ano passado, recebemos cerca de R$ 900 mil para o projeto, que agora passa para a próxima fase”, diz a Dra. Maria Sandberg. “As empresas envolvidas investem a mesma quantia, elevando o orçamento até cerca de R$ 1,8 milhão”, ressalta a pesquisadora.

Biochar enriquecido torna-se pellets

A fertilização florestal do futuro pode, em outras palavras, ser produzida a partir de resíduos da produção de celulose e papel. Ao misturar lodo e cinzas e enriquecer com nitrogênio dos processos de purificação, são produzidos fertilizantes na forma de pó prensado em pellets. É claro que é valioso para a indústria florestal que os resíduos previamente classificados como resíduos possam ser transformados em lucro.

O projeto deve ir até 2022 e conta com parceria entre universidade, instituto de pesquisa, governo e empresas.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Karlstad (em inglês).

Fonte: Carina Olsson, Universidade Karlstad. Imagem: David Bruyndonckx, Unsplash.

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