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Aparelhos de refrigeração mais eficientes poderiam reduzir emissões e poupar trilhões de dólares, afirma ONU

Reduções entre 210 e 460 bilhões de toneladas de emissões equivalentes de dióxido de carbono (CO2) podem ser alcançadas por meio de ações para melhorar a eficiência energética da indústria de refrigeração

Pixabay

Fonte

PNUMA | Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Data

sexta-feira, 24 julho 2020 13:20

Áreas

Cidades. Economia. Energia. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Sustentabilidade.

Ações internacionais coordenadas que incentivem o uso de aparelhos de refrigeração energeticamente mais eficientes e de baixo impacto no clima podem evitar a liberação de até 460 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera – o equivalente a oito anos de emissões globais segundo os níveis de 2018. A informação é do Relatório de Emissões de Aparelhos de Refrigeração e Políticas de Enfrentamento (Cooling Emissions and Policy Synthesis Report, em inglês) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em conjunto com a Agência Internacional de Energia (IEA).

Reduções entre 210 e 460 bilhões de toneladas de emissões equivalentes de dióxido de carbono (CO2) podem ser alcançadas por meio de ações para melhorar a eficiência energética da indústria de refrigeração, juntamente com a transição para aparelhos mais ecológicos, de acordo com o relatório.

O estudo também afirma que os países podem institucionalizar muitas dessas ações ao integrá-las à Emenda de Kigali do Protocolo de Montreal. Os signatários da Emenda concordaram em reduzir a produção e o uso de fluídos refrigerantes que aqueçam o planeta, conhecidos como hidrofluorcarbonetos (HFCs), o que, por si só, poderia evitar o aumento de até 0,4°C na temperatura global até 2100.

“As nações precisam diminuir significativamente a emissão de gases de efeito estufa para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. Isso é importante para minimizar os impactos das mudanças climáticas. À medida que os países investem na recuperação pós-COVID-19, eles têm a oportunidade de usar seus recursos com sabedoria para reduzir as mudanças climáticas, proteger a natureza e evitar futuras pandemias. O uso de aparelhos de refrigeração energeticamente eficientes e de baixo impacto no clima pode nos ajudar a alcançar todos esses objetivos”, afirmou a Diretora Executiva do PNUMA, Dra. Inger Andersen.

O relatório destaca a importância dos aparelhos de refrigeração para a saúde das comunidades, conservação de vacinas e alimentos, fornecimento estável de energia e economias produtivas. A relevância destes aparelhos tem um papel central na pandemia da COVID-19, tanto para conservar vacinas sensíveis ao calor como para garantir o bem-estar de populações isolarem em casa – às vezes em regiões muito quentes. 

Contudo, o aumento da demanda por aparelhos de refrigeração intensifica a mudança do clima, devido às emissões de HFCs, CO2 e carbono preto por diversos equipamentos.

“Os governos têm uma oportunidade ímpar de acelerar o progresso nacional de eficiência energética e baixo impacto climático por meio de pacotes de estímulo econômico para lidar com os impactos da COVID-19. Aumentar os padrões de eficiência é uma das ferramentas mais eficazes que os governos têm para atender aos objetivos energéticos e ambientais. Ao melhorar a eficiência do resfriamento, podem reduzir a demanda por novas usinas de energia, diminuir as emissões e economizar dinheiro dos consumidores. Este novo relatório fornece aos formuladores de políticas públicas informações valiosas para ajudá-los a enfrentar o desafio global dos aparelhos de refrigeração”, afirmou o Dr. Fatih Birol, diretor executivo da AIE.

Atualmente, estima-se que há 3,6 bilhões de aparelhos de refrigeração em todo o mundo. Se esses aparelhos fossem fornecidos a todas as pessoas que precisam, e não somente a quem tem dinheiro para pagar, estima-se que o número poderia chegar a 14 bilhões até 2050.

Além disso, a IEA calcula que, se dobrássemos a eficiência energética dos aparelhos de ar-condicionado até 2050, poderíamos reduzir até 1.300 gigawatts de capacidade energética adicional para atender às demandas em horários de pico – o equivalente à capacidade de geração de energia à carvão na China e na Índia em 2018. Até 2050, isso poderia gerar uma economia global de até US$ 2,9 trilhões em função dos menores custos de produção, transmissão e distribuição de eletricidade.

Ainda, o aprimoramento da eficiência energética pode gerar outros benefícios, como favorecer o acesso a aparelhos de refrigeração essenciais, amenizar a poluição que ameaça a qualidade do ar e reduzir o desperdício de alimentos, como indica o relatório.

O relatório de 48 páginas foi elaborado por nove especialistas, sob a orientação de um comitê diretivo de 15 membros, co-presidido pelo Dr. Mario Molina, vencedor do Prêmio Nobel e presidente do Centro Mario Molina do México, e Durwood Zaelke, presidente do Instituto para Governança e Desenvolvimento Sustentável dos EUA.

Acesse o relatório completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do PNUMA.

Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Imagem: Pixabay.

 

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