Notícia

Degradação ambiental favorece surgimento de pandemias

Pesquisadores da UFMG explicam como o desmatamento e a mineração quebram o equilíbrio do planeta e colocam em risco a própria espécie humana

Pixabay

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

sábado, 25 julho 2020 11:10

Áreas

Biologia. Ciência Ambiental. Saúde. Sustentabilidade.

Todos os anos, segundo a ONU, aproximadamente dois milhões de pessoas morrem de doenças zoonóticas, que são aquelas transmitidas de animais para humanos. A COVID-19 – que segundo as evidências científicas mais aceitas até o momento, teria se originado da contaminação por morcegos – é a preocupação do momento, mas outras zoonoses já ocuparam seu espaço. É o caso do ebola, da dengue, da zika e da aids.

Mas até que ponto a crise sanitária que estamos vivendo é resultado das ações humanas sobre o meio ambiente? E quais as consequências da pandemia e do isolamento social sobre a saúde do planeta? O mundo pós-coronavírus vai inaugurar uma nova forma de lidarmos com nossos recursos naturais? Essas são algumas das questões discutidas no programa Outra estação, da Rádio Educativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para refletir sobre essas questões, foram entrevistados os professores Dr. Marcus Vinícius Polignano, da Faculdade de Medicina da UFMG, coordenador do Projeto Manuelzão, Dr. Fabrício Rodrigues dos Santos, da área de genética e evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UFMG), Dra. Giliane de Souza Trindade, do Departamento de Microbiologia do ICB-UFMG, e a Dra. Leila da Costa Ferreira, professora de sociologia ambiental da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora associada do Núcleo de Estudos de Pesquisas Ambientais.

Ecossistemas interligados

“A pandemia sinaliza o fio da navalha que a humanidade está vivendo. Estamos provocando tanto dano ambiental que a nossa própria sobrevivência neste planeta está cada vez mais em jogo. Não é o planeta que depende da gente, é a gente que depende do planeta”, destacou o professor Marcus Vinicius Polignano.

Os cientistas abordaram também a situação do Brasil, considerado um dos locais mais propícios para o surgimento de novas doenças de origem animal. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento da região no mês de abril foi o maior dos últimos dez anos, com 529 quilômetros quadrados de floresta derrubada. Fundos de investimentos e empresas brasileiras e estrangeiras têm criticado os retrocessos na nossa política ambiental, já que a forma como o Brasil gerencia a questão pode afetar todo planeta.

As lições do coronavírus

No ritmo atual de degradação do planeta, pandemias podem se tornar cada vez mais comuns. Mas o que pode ser feito? A resposta para essa questão pode estar em mudanças no estilo de vida, e o próprio coronavírus tem, a um alto custo, mostrado isso. Com o isolamento social adotado para conter a pandemia, a emissão de CO2 na atmosfera diminuiu. O céu pôde ser visto, em todo o planeta, sem as costumeiras nuvens de poluição. Por outro lado, cresceu o consumo de plástico e de lixo hospitalar.

“A gente não pode olhar para a espécie humana e achar que ela está desvinculada do seu ambiente e das outras espécies animais com as quais divide esse ambiente. A prova disso é essa pandemia: um vírus emergiu numa região geográfica do globo e se espalhou pelo planeta inteiro. Políticas de conservação têm que ser tomadas como políticas de saúde pública”, ressaltou a professora Giliane Trindade.

Os especialistas também discutiram as lições que o coronavírus pode deixar para o meio ambiente, o que está (ou não) sendo feito em no mundo para reduzir as emissões de gases que causam as mudanças climáticas e analisaram a politica ambiental brasileira.

Acesse a notícia e a entrevista completas dos pesquisadores na página da UFMG.

Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Imagem: Pixabay.

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