Notícia

Pandemia: estudo quantifica impactos ambientais e socioeconômicos

Primeiro estudo do mundo liderado pela Universidade de Sydney quantifica as perdas socioeconômicas e os ganhos ambientais

Divulgação, Revista Plos One

Fonte

Universidade de Sydney

Data

quinta-feira, 23 julho 2020 10:55

Áreas

Economia. Gestão Ambiental. Negócios.

O primeiro estudo abrangente sobre os efeitos da pandemia mostra que as perdas de consumo chegam a mais de US$ 3,8 trilhões, provocando perdas equivalentes a 147 milhões de empregos e a maior queda de emissões de gases de efeito estufa.

Um grupo internacional de pesquisadores, usando um modelo global e altamente detalhado, descobriu que o mais atingido foi o setor de viagens e as regiões da Ásia, Europa e Estados Unidos, com efeitos multiplicadores em cascata em toda a economia mundial por causa da globalização. A perda de conectividade imposta para impedir a propagação do vírus desencadeia um ‘contágio’ econômico, causando grandes interrupções nos setores de comércio, turismo, energia e finanças, além de aliviar as pressões ambientais em algumas das áreas mais atingidas.

O estudo concentrou-se em dados atualizados até 22 de maio (com exceção das viagens aéreas, para as quais existe apenas uma previsão de 12 meses), diferindo da maioria das avaliações dos impactos econômicos da pandemia com base em análises e/ou projeções de cenário – e é o primeiro a fornecer uma visão geral dos impactos econômicos, sociais e ambientais combinados, incluindo efeitos indiretos, do novo coronavírus.

Os resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE.

Principais reduções

  • Consumo: US$ 3,8 trilhões (4,2% ~ do PIB da Alemanha)
  • Empregos: 147 milhões (4,2% da força de trabalho global)
  • Renda: US$ 2,1 trilhões (6%)
  • Mais atingidos diretamente: EUA, China (continental), transporte aéreo e turismo relacionado
  • Emissões de gases de efeito estufa: 2,5Gt (4,6%) – maior do que qualquer queda na história da humanidade [quedas significativas anteriores nas emissões de gases de efeito estufa ocorreram durante a crise financeira global em 2009 – 0,46Gt – e como resultado de mudanças no uso da terra (sob o Protocolo de Kyoto) em 1998 – 2,02Gt).
  • Outras emissões atmosféricasPM2.5: As emissões de particulados perigosamente finos diminuíram em 0,6 Mt (3,8%); SO2 e NOx: As emissões de dióxido de enxofre (da queima de combustíveis fósseis) e as emissões de óxido de nitrogênio (da combustão de combustíveis) diminuíram 5,1 Mt (2,9%).

 

Perdas de renda salarial como consequência da redução do volume de negócios nas cadeias de suprimentos internacionais devido aos efeitos globais da COVID-19. As linhas conectam as origens e os destinos finais das cadeias de suprimentos, diretas e de vários nós. A espessura da linha representa o volume comercial perdido. (Fonte: Divulgação, Revista Plos One)

 

A Dra. Arunima Malik, que participou do estudo e é professora da Faculdade de Ciências e da Escola de Negócios da Universidade de Sydney, na Austrália, disse que a experiência de choques financeiros anteriores mostrou que, sem mudanças estruturais, é improvável que os ganhos ambientais sejam sustentados durante a recuperação econômica.

“Estamos enfrentando o pior choque econômico desde a Grande Depressão, ao mesmo tempo em que experimentamos a maior queda nas emissões de gases de efeito estufa desde o início da queima de combustíveis fósseis. Além da queda repentina dos gases de efeito estufa que induzem as mudanças climáticas, as mortes evitadas pela poluição do ar são de grande importância”, disse a especialista.

“O contraste entre as variáveis ​​socioeconômicas e ambientais revela o dilema do sistema socioeconômico global – nosso estudo destaca a natureza interconectada das cadeias de suprimentos internacionais, com efeitos observáveis ​​de repercussão global em vários setores da indústria, como manufatura, turismo e transporte”, concluiu a Dra. Arunima.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sydney (em inglês).

Fonte: Vivienne Reiner, Universidade de Sydney. Imagem: Divulgação, Revista Plos One.

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