Destaque

Manejo sustentável pode salvar a Amazônia das queimadas

Fonte

INPE | Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Data

quarta-feira, 24 julho 2019 14:30

O uso planejado e sustentável da terra na Amazônia pode minimizar drasticamente a degradação florestal na região provocada pelo aumento de incêndios devido às mudanças climáticas. Esta é a conclusão do estudo, publicado neste mês na revista Global Change Biology pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em colaboração com o Centro de Pesquisa e Monitoramento de Desastres (Cemaden) e as universidades de Exeter (Reino Unido) e de Estocolmo (Suécia).

Intitulado “Efeitos de cenários de mudanças climáticas e de uso do solo na probabilidade de fogo durante o século 21 na Amazônia brasileira” (Effects of climate and land-use change scenarios on fire probability during the 21st century in the Brazilian Amazon), o trabalho mostra que as futuras conversões de floresta para usos agropastoris não manejados adequadamente podem causar um aumento de mais de 70% na extensão de áreas com alta probabilidade de fogo no final deste século em relação aos padrões observados.

Este cenário inclui, por exemplo, a redução da efetividade das áreas protegidas, a pavimentação de novas rodovias e o aumento do desmatamento. Quando combinado com o cenário pessimista de mudança climática do CMIP5 do IPCC, que projeta maiores emissões de gases de efeito estufa (GEE) ao longo do século 21, a área com alta probabilidade de incêndios poderia aumentar em até 110%.

“Se continuarmos removendo a cobertura florestal na Amazônia, estaremos potencializando a probabilidade de degradação das florestas remanescentes, com consequências para a estabilidade dos estoques de carbono e serviços ambientais”, diz Marisa Fonseca, pesquisadora de pós-doutorado no INPE e principal autora do estudo.

Os resultados indicam que mais de 1 milhão de km² em terras indígenas ou áreas protegidas estariam sujeitas a uma maior probabilidade de ocorrência de incêndios florestais, ameaçando tanto os ecossistemas quanto as populações humanas nessas áreas. A adoção de medidas destinadas a reduzir o desmatamento e as emissões de GEE, no entanto, pode reduzir significativamente a probabilidade de incêndios florestais, mesmo com a intensificação das secas na Amazônia no final do século.

O aumento da área com alta probabilidade de incêndio seria 90% menor no cenário que considera o cumprimento da legislação ambiental e, também, a proteção de unidades de conservação e a consequente redução do desmatamento para taxas anuais abaixo de 1.000 km² até 2025. Assim, haveria redução das taxas de emissões de GEE, com posterior estabilização na segunda metade do século.

Ao contrário do clima, os problemas relacionados ao uso da terra podem ser resolvidos com medidas de controle que podem ser implementadas rapidamente, resolvendo uma fração significativa do problema.

Acesse a notícia completa na página do INPE.

Fonte: INPE. Imagem: Divulgação.

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