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Como é possível produzir alimentos na cidade?
Pixabay
Objetivo(s)
Para especialistas, investir em agricultura urbana melhoraria a alimentação e reduziria a poluição, já que com alimentos sendo produzidos mais próximos dos consumidores a logística de transporte e do consumo de combustíveis mudaria drasticamente
Projeto
As primeiras cidades surgiram, entre outros motivos, por causa da produção de alimentos. Foi o excedente dessa produção que deu origem às grandes civilizações antigas. Entretanto, conforme as cidades foram se modernizando, a agricultura passou a se afastar cada vez mais dos grandes centros urbanos.
Para entender como isso afeta as grandes cidades ainda hoje, e como a produção local de alimentos pode melhorar a vida urbana, o Momento Cidade reuniu especialistas para responder à pergunta: Como é possível produzir alimentos na cidade?
Conforme explica André Biazoti, formado em Gestão Ambiental pela USP em Piracicaba e pesquisador na área, a “agricultura urbana é um conceito multidimensional que envolve diversas realidades, diversas práticas, diversas formas de se conceber uma agricultura dentro de um espaço urbano”.
De acordo com Biazoti, atualmente a produção que pode ser feita nas áreas da cidade é bem diversa, indo desde a produção alimentar e a produção animal até a produção de flores, de plantas ornamentais ou mesmo de madeira.
Para Gustavo Nagib, doutorando da pós-graduação em Geografia Humana da USP e autor do livro Agricultura Urbana como Ativismo na Cidade de São Paulo, publicado em 2018 pela Annablume Editora, é preciso diferenciar os diferentes tipos de agricultura que existem na cidade.
“Existe a agricultura que é voltada para a produção, geração de renda, abastecimento e a agricultura que é voltada para a socialização, a pedagogia, no sentido da sensibilização da educação ambiental na cidade, da reocupação dos espaços públicos da cidade; a produção agrícola é importante como ferramenta de socialização e reocupação do espaço público”, esclarece Nagib.
Para ambos os especialistas, é crucial que instituições como as universidades pesquisem o assunto e entendam o impacto da agricultura urbana nas grandes cidades.
Já para Thais Mauad, professora da Faculdade de Medicina (FM) da USP e coordenadora do Grupo de Estudos de Agricultura Urbana do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, investir em agricultura urbana traria diversas vantagens para a população que vão desde a melhoria na alimentação até a redução da poluição, já que com alimentos sendo produzidos mais próximos dos consumidores a logística de transporte e, consequentemente, o consumo de combustíveis, mudariam drasticamente.
Para ela, a Prefeitura pode ajudar a incentivar os trabalhadores que já produzem na cidade. “Um dos problemas que essas pessoas têm é falta de apoio técnico, e a Prefeitura tem poucos agrônomos. Outra coisa, por exemplo, é que a Prefeitura pode disponibilizar terrenos (para plantio)”, explica a docente.
Dentre as inúmeras vantagens de se incentivar a produção local de alimentos, os pesquisadores destacam que um maior número de áreas verdes nas cidades ajudaria no controle do aumento da temperatura, da umidade e resultaria também na melhora da qualidade do ar.
Ouça o podcast na íntegra no player acima. Siga no Spotify, no Apple Podcasts ou seu aplicativo de podcast favorito.
Reportagem: Denis Pacheco
Edição: Rafael Simões, Beatriz Juska e Paulo Calderaro
As primeiras cidades surgiram, entre outros motivos, por causa da produção de alimentos. Foi o excedente dessa produção que deu origem às grandes civilizações antigas. Entretanto, conforme as cidades foram se modernizando, a agricultura passou a se afastar cada vez mais dos grandes centros urbanos.
Para entender como isso afeta as grandes cidades ainda hoje, e como a produção local de alimentos pode melhorar a vida urbana, o Momento Cidade reuniu especialistas para responder à pergunta: Como é possível produzir alimentos na cidade?
Conforme explica André Biazoti, formado em Gestão Ambiental pela USP em Piracicaba e pesquisador na área, a “agricultura urbana é um conceito multidimensional que envolve diversas realidades, diversas práticas, diversas formas de se conceber uma agricultura dentro de um espaço urbano”.
De acordo com Biazoti, atualmente a produção que pode ser feita nas áreas da cidade é bem diversa, indo desde a produção alimentar e a produção animal até a produção de flores, de plantas ornamentais ou mesmo de madeira.
Para Gustavo Nagib, doutorando da pós-graduação em Geografia Humana da USP e autor do livro Agricultura Urbana como Ativismo na Cidade de São Paulo, publicado em 2018 pela Annablume Editora, é preciso diferenciar os diferentes tipos de agricultura que existem na cidade.
“Existe a agricultura que é voltada para a produção, geração de renda, abastecimento e a agricultura que é voltada para a socialização, a pedagogia, no sentido da sensibilização da educação ambiental na cidade, da reocupação dos espaços públicos da cidade; a produção agrícola é importante como ferramenta de socialização e reocupação do espaço público”, esclarece Nagib.
Para ambos os especialistas, é crucial que instituições como as universidades pesquisem o assunto e entendam o impacto da agricultura urbana nas grandes cidades.
Já para Thais Mauad, professora da Faculdade de Medicina (FM) da USP e coordenadora do Grupo de Estudos de Agricultura Urbana do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, investir em agricultura urbana traria diversas vantagens para a população que vão desde a melhoria na alimentação até a redução da poluição, já que com alimentos sendo produzidos mais próximos dos consumidores a logística de transporte e, consequentemente, o consumo de combustíveis, mudariam drasticamente.
Para ela, a Prefeitura pode ajudar a incentivar os trabalhadores que já produzem na cidade. “Um dos problemas que essas pessoas têm é falta de apoio técnico, e a Prefeitura tem poucos agrônomos. Outra coisa, por exemplo, é que a Prefeitura pode disponibilizar terrenos (para plantio)”, explica a docente.
Dentre as inúmeras vantagens de se incentivar a produção local de alimentos, os pesquisadores destacam que um maior número de áreas verdes nas cidades ajudaria no controle do aumento da temperatura, da umidade e resultaria também na melhora da qualidade do ar.
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Reportagem: Denis Pacheco
Edição: Rafael Simões, Beatriz Juska e Paulo Calderaro
Instituições Envolvidas
Universidade de São Paulo (USP)
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