Notícia
Bactérias geneticamente modificadas podem dar novo valor à lignina residual
Em projeto de pesquisa biotecnológica de cinco anos, pesquisadores da Finlândia desenvolverão tecnologias inovadoras para reciclar a lignina da biomassa vegetal que atualmente termina como resíduo
Pixabay
Fonte
Universidade Tampere
Data
quinta-feira, 6 maio 2021 07:25
Áreas
Biotecnologia. Gestão de Resíduos. Recursos Naturais.
As mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão desafiando toda a comunidade global a desenvolver alternativas ecologicamente corretas para as matérias-primas fósseis. Um novo estudo liderado pela Dra. Suvi Santala, pesquisadora da Universidade Tampere, na Finlândia, combina relevância global, novos métodos de produção ecológica e eficiência de recursos. A pesquisa irá desenvolver novas ferramentas moleculares e celulares e produzir informações importantes sobre o potencial de utilização biológica da lignina, uma macromolécula importante das plantas terrestres.
O reaproveitamento da lignina constitui um importante exemplo de economia circular, porque transforma os resíduos gerados por uma fonte em uma matéria-prima útil ou mesmo em um produto valioso para outra. A Fundação Novo Nordisk está financiando essa nova abordagem promissora com € 1,3 milhão (cerca de R$ 8,3 milhões).
Lubrificantes de lignina de alta qualidade usando biologia sintética
Até um terço de toda a biomassa vegetal (lignocelulose) é lignina. Atualmente, a lignina é um produto residual, por exemplo, do processamento da celulose e dificilmente é recuperada, exceto por queima. Nos Estados Unidos, por exemplo, a indústria do etanol atualmente usa apenas os açúcares da biomassa vegetal, e até 60 milhões de toneladas de lignina acabam como lixo anualmente.
O estudo da Dra. Santala também é significativo porque a valorização da lignina não é muito simples. O objetivo de usar o novo método para recuperar a maior parte da lignina é ambicioso.
“Estamos desenvolvendo tecnologias que nos permitirão criar recursos ainda não encontrados na natureza, mas que funcionam em células biológicas. Eles permitirão que a lignina seja convertida em produtos valiosos usando bactérias geneticamente modificadas”, destacou a Dra. Suvi Santala.
Para ‘programar’ a bactéria para usar a lignina de forma eficiente, o projeto aplicará as técnicas mais recentes em biologia sintética e engenharia metabólica.
“Ao combinar essas abordagens, estamos testando os limites da biologia, por exemplo, acelerando a evolução e orientando e fornecendo novos materiais para a evolução por meio da biologia sintética”, explicou a pesquisadora.
No futuro, os resíduos de lignina poderiam ser usados, por exemplo, para produzir lubrificantes de alta qualidade para substituir o petróleo bruto não renovável.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Tampere (em inglês).
Fonte: Universidade Tampere. Imagem: Pixabay.
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