Notícia

UFSC desenvolve aparelho para medir concentração de gás carbônico em ambientes

Além do display digital que apresenta os resultados da medição em tempo real, o aparelho pode ser conectado a computadores para exibir graficamente as medições ao longo do tempo

Pipo Quint, Agecom UFSC

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

sábado, 6 novembro 2021 07:10

Áreas

Qualidade do Ar. Tecnologias.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu um equipamento de medição da concentração de gás carbônico (CO2) para monitorar a qualidade do ar nas salas de aula e outros ambientes onde se realizam atividades presenciais. Estes aparelhos estão sendo utilizados neste momento para avaliação dos chamados riscos ambientais nas salas de aula, áreas comuns e salas administrativas do Colégio de Aplicação (CA) e do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), primeiras unidades a ter retorno de aulas presenciais.

As informações fornecidas pelos testes e monitoramento vão subsidiar a elaboração de uma metodologia própria da UFSC para avaliação de capacidade de ocupação dos ambientes que será aplicada em toda Universidade.

O equipamento, chamado de Carbo2, foi projetado e está sendo produzido pelo Dr. Saulo Güths, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, com a colaboração da sua equipe de alunos. Até o momento já foram produzidas nove unidades, mas a meta é fabricar cerca de 60 aparelhos até o fim do ano. A produção conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Feesc) e Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese).

A ideia inicial da Universidade era adquirir esses equipamentos no mercado e distribuir para as Unidades de Ensino. No entanto, testes feitos com equipamentos de baixo custo mostraram que eles eram ineficientes para medição de CO2. “Ele mede compostos carbônicos, vapor de álcool e até o teor de umidade da respiração. Ele é sensível a outras coisas e não é ao CO2“, disse o professor Saulo Güths.

Outro modelo testado, mais caro, mostrou-se eficiente mas apresentava certas limitações. “Não tem display, os dados ficam armazenados em nuvem, não tem alarme ou indicador que passou o valor-limite, não tem possibilidade de conexão com computador”, citou o professor. Há também a questão do custo – neste caso, a cobrança de uma mensalidade pelo uso do aparelho. Essas avaliações levaram à decisão de desenvolver um equipamento na própria Universidade.

O Carbo2 tem autonomia de até dois dias, mas possui bateria recarregável na rede elétrica. Além do display digital que apresenta os resultados da medição em tempo real, pode ser conectado a computadores para exibir graficamente as medições ao longo do tempo. “Utilizamos o sensor conectado ao computador para fazer ensaios de taxa de renovação de ar dos ambientes”, disse o professor Güths.

No teste, usa-se gelo seco para levar a concentração de gás carbônico até 2 mil ou 3 mil partes por milhão (ppm) em uma sala fechada. Em seguida, a sala é aberta e o equipamento passa a monitorar a qualidade do ar. Com a ventilação natural, a tendência é a concentração de gás carbônico diminuir. “Com o computador conectado você tem como levantar essa curva em tempo real e aplicar as equações necessárias”, explicou o professor.

A equipe do professor Saulo Güths pretende continuar o desenvolvimento do medidor, para agregar outras funcionalidades. Uma das ideias é acrescentar ao aparelho um sensor de particulado e que correlacione com o CO2. “Talvez com isso a gente consiga detectar se tem pessoas falando sem máscara no ambiente”. Outra proposta é dotar alguns equipamentos de medidor de velocidade do vento (anemômetro), para auxiliar no cálculo da taxa de renovação do ar.

A Secretaria de Inovação (Sinova) está avaliando com o grupo a possibilidade de que o Carbo2 possa ser objeto de patente, como modelo de utilidade, já que apresenta aspectos diferenciados em relação aos aparelhos que estão no mercado. A intenção, no entanto, é deixar o projeto aberto para que outras instituições públicas e entidades sem fins lucrativos possam também fabricar o aparelho.

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: Luís Carlos Ferrari, Agecom/UFSC .

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