Notícia
Reciclagem: alunos da UnB transformam bitucas de cigarro em papel e produzem o próprio material de trabalho
Todo o processo é feito dentro de laboratórios da Universidade
Nicolau Ferraz
Fonte
UnB Ciência | Universidade de Brasília
Data
quinta-feira, 20 junho 2019 08:00
Áreas
Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Saúde, Sustentabilidade.
O número de fumantes adultos no mundo, em 2016, era de 1,1 bilhão, segundo dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cada fumante descarta 7,7 bitucas de cigarro por dia em média, de acordo com informações da Autoridade para Condições de Trabalho (ACT). Vale ressaltar que uma parte considerável do descarte de bitucas não é feita no lixo, o que significa que a preocupação relacionada à saúde daqueles que consomem cigarros ainda é grande, porém, não é mais a única.
Na Universidade de Brasília, os alunos que realizam pesquisa científica no Laboratório Experimental de Materiais Expressivos do Instituto de Artes (LEME/IdA) fazem sua parte para minimizar o problema e ajudar a diminuir a poluição urbana. Sob orientação da professora Thérèse Hofmann, doutora em Desenvolvimento Sustentável, eles produzem diversos tipos de materiais, inclusive a partir da reciclagem de bitucas de cigarro. “Ensinamos aos alunos o resgate dos materiais. Então, eles aprendem a fazer tinta, giz de cera, giz pastel, papel, pincel e instrumentos que eles vão usar depois nas aulas de artes visuais”, afirma a docente.
Thérèse, junto ao egresso Marco Antônio Duarte e ao professor Dr. Paulo Suarez, do Instituto de Química (IQ), registrou a patente da reciclagem de filtros de cigarro em 2003. O projeto começou quando Marco Antônio, que foi aluno de Biologia, propôs como ideia para o trabalho final da disciplina Materiais em Arte I algo que envolvesse sustentabilidade. Assim, iniciaram a pesquisa e desenvolveram o método sem precedentes.
Em 1996, também já havia sido desenvolvida, durante as aulas, uma tecnologia para reciclar papel-moeda descartado pelo Banco Central – e essa foi a primeira patente da professora. Entretanto, o trabalho com a reciclagem de bitucas, que era de graduação, consolidou-se e desdobrou-se para a iniciação científica.
PROCESSO – O primeiro passo da pesquisa foi distribuir caixas pelo campus Darcy Ribeiro e outros locais a fim de incentivar o descarte correto do lixo e facilitar a coleta do material. Após o recolhimento das caixas, é feita a separação das bitucas, já no LEME, pois normalmente há outros objetos misturados.
Inicia-se, então, o processo de cozimento, que é o mais demorado – pode durar até dez horas. Depois, as bitucas, que também podem ser filtros de cigarro não fumados, são colocadas em um recipiente de aço inox e misturadas com água e produtos químicos, gerando pasta de celulose. Por fim, ela é deixada ao sol para secar até formar um bloco seco, que na sequência será batido em um liquidificador com água para se transformar em papel.
Acesse o conteúdo completo na página da UnB Ciência.
Fonte: Nicolau Ferraz, Agência Facto. Imagem: Nicolau Ferraz – divulgação.
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