Notícia

“Química verde” cria processo de reaproveitamento de resíduo da indústria têxtil

Três patentes foram obtidas por meio do Escritório de Propriedade Intelectual da Agência de Inovação Tecnológica da UEL e tem um grande significado para a indústria têxtil brasileira e mundial

Divulgação

Fonte

UEL | Universidade Estadual de Londrina

Data

terça-feira, 22 setembro 2020 09:40

Áreas

Gestão de Resíduos. Indústria. Química Verde.

Um grupo de professores das áreas de Química e de Design da Universidade Estadual de Londrina (UEL) conseguiu desenvolver e patentear um processo de reaproveitamento da poliamida, utilizada em tecido para confecção de roupas usadas para atividades físicas. Os estudos tiveram início a partir de 2013, no Departamento de Design, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), e posteriormente ganharam a adesão de pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Bioenergia, associação em rede, que reúne a UEL e outras cinco Universidades Estaduais Paranaenses, além de instituições colaboradoras, originando uma equipe multidisciplinar com a participação dos professores Dra. Carmen Luisa Barbosa Guedes (Química), Dr. Cláudio Pereira Sampaio (Design Gráfico) e Dra. Suzana Barreto Martins (Design de Moda). O grupo de professores contou com a participação do Dr. Jonathan Baumi, então estudante de mestrado vinculado ao Programa de pós-graduação em Bioenergia.

Três patentes foram obtidas por meio do Escritório de Propriedade Intelectual da Agência de Inovação Tecnológica (AINTEC) da UEL e tem um grande significado para a indústria têxtil brasileira e mundial. A poluição ambiental e o esgotamento de recursos naturais são alguns dos entraves deste setor, considerado o segundo mais poluente, atrás apenas da indústria do petróleo.

Os pesquisadores desenvolveram três novos materiais, a partir de poliamida descartada pela indústria do vestuário e um coproduto da cadeia produtiva do biodiesel, a glicerina. Os novos produtos apresentam potencial para serem utilizados no design de interiores e na confecção de outros materiais. Na prática são três tecnologias que buscam a sustentabilidade, dando nova utilidade à poliamida têxtil.

Processo

A professora Carmen Luisa Barbosa Guedes lembra que foi procurada pelos colegas do Design quando Jonathan Baumi, bacharel em Química formado na UEL estava iniciando o Mestrado no Programa Pós-graduação em Bioenergia. Ela explica que a demanda trazida pelos colegas do Design era desenvolver um processo para reciclar a poliamida, que traz na sua composição um pequeno percentual de elastano. A professora lembra que a indicação do jovem pesquisador para o desafio foi importante dada a sólida formação e pelas característica de reunir curiosidade, ousadia e responsabilidade.

A professora e o orientando tiveram várias ideias para o desenvolvimento do processo. Chegaram à conclusão que a glicerina poderia ser um dissolvente para a recuperação da poliamida. Os estudos foram desenvolvidos no Laboratório de Química da Biomassa, Biocombustíveis e Bioenergia (LaQuiBio), do Departamento de Química do Centro de Ciências Exatas (CCE), coordenado pela professora Carmen.

Os testes realizados por Jonathan chegaram ao resultado esperado, que era a dissolução da poliamida. De acordo com Jonathan, as tecnologias que resultaram em material sólido têm potencial para a fabricação de produtos para decoração, por exemplo, mas abre várias possibilidades. Ele lembra que no início da pesquisa não tinha uma dimensão exata da importância do trabalho, mas revela que foi uma experiência surpreendente. “Minha expectativa agora é de que possa haver efetivamente transferência de tecnologia para que possamos retirar esse produto da natureza, transformando lixo em matéria prima de alto valor agregado”, concluiu o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da UEL.

Fonte: Pedro Livoratti, Agência UEL. Imagem: Divulgação.

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