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Qualidade do ambiente pode afetar saúde mental da mulher grávida?
Estudo correlaciona proximidade de área de extração de óleo e gás a aumento da ansiedade e depressão durante a gravidez
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Poderia a qualidade do ambiente interferir no estado de saúde mental de uma mulher grávida? Se a gravidez for desenvolvida na proximidade de um ambiente de alguma forma hostil, poderia haver aumento de ansiedade e depressão ao longo da gravidez? Há muitos casos diferentes, mas um estudo recente apontou que isto é possível em se tratando de mulheres grávidas que moram na proximidade de zonas de extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo, em plantas chamadas de “fraturamento hidráulico” (fracking ou hydraulic fracking, em inglês).
O estudo foi liderado pela Escola de Saúde Pública da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e identificou uma ligação entre a proximidade de atividades de fraturamento hidráulico e problemas de saúde mental durante a gravidez. Os resultados foram publicados na revista científica Environmental Research.
Os pesquisadores analisaram 7.715 mães sem ansiedade ou depressão no momento da concepção, entre janeiro de 2009 e janeiro de 2013. Eles compararam mulheres que desenvolveram ansiedade ou depressão durante a gravidez com aquelas que não tiveram alteração do estado de saúde mental e verificaram se houve correlação da proximidade das mulheres à atividade de fraturamento hidráulico com sintomas de ansiedade e depressão.
Os cientistas descobriram que para cada 100 mulheres, 4,3 mulheres a mais experimentariam ansiedade ou depressão se pertencessem ao quartil mais exposto entre as mulheres em comparação com os outros quartis. A prevalência de ansiedade ou depressão durante a gravidez foi de 15% no quartil mais exposto, em comparação com apenas 11% nos três quartis inferiores combinados (mulheres que estavam em ambientes menos impactados). O risco apareceu maior entre as mães de baixa renda: os autores observaram 5,6 casos adicionais de ansiedade ou depressão por 100 mulheres expostas. Os pesquisadores não encontraram nenhuma relação entre ansiedade ou depressão durante a gravidez e parto prematuro e redução do peso ao nascer.
A Dra. Joan Casey, professora do Departamento de Ciências da Saúde Ambiental da Universidade Columbia, aponta vários motivos possíveis para explicar a razão pela qual morar perto de locais de fraturamento possa levar a problemas de saúde mental em mulheres. “As atividades de fraturamento podem agir como agentes de stress em nível comunitário ao degradar a qualidade do ambiente natural, como a produção de efluentes tóxicos e o aumento do tráfego de caminhões. Outra possibilidade é que a poluição do ar nos locais poderia estar contribuindo diretamente para problemas de saúde mental nessa população vulnerável. Pesquisas futuras poderiam examinar outros fatores potenciais como qualidade do ar, ruído, poluição luminosa, estresse psicossocial e percepção das atividades ”, enumera a Dra. Joan Casey.
Também participaram da pesquisa: Dra. Ellen A. Eisen, Dra. Dana E. Goin, Dra. Holly Elser e Dra. Rachel Morello-Frosch, da Universidade da Califórnia em Berkeley; Dr. Kara E. Rudolph, da Universidade da Califórnia, em Davis; Dr. Brian S. Schwartz, da Universidade Johns Hopkins ; e Dra. Dione Mercer, do Departamento de Epidemiologia do Centro de Pesquisas para a Saúde Geisinger.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Columbia (em inglês).
Fonte: Universidade Columbia. Imagem: Freepik.
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