Notícia

Protegendo árvores urbanas: no Canadá, pesquisa visa minimizar ameaça de insetos invasores em tempos de mudanças no clima

Árvores urbanas desempenham vários papéis importantes na vida das cidades

Sophie Nito via Unsplash

Fonte

Universidade Carleton

Data

sexta-feira, 17 junho 2022 15:35

Áreas

Biologia. Botânica. Cidades. Clima. Conservação. Engenharia Florestal. Mudanças Climáticas.

Quando uma tempestade atingiu a área de Ottawa com ventos chegando a 190 km/h no último dia 21 de maio – em um dos maiores desastres naturais do Canadá – a queda de árvores nas linhas de energia foi a principal razão pela qual 180.000 casas ficaram sem eletricidade.

As árvores urbanas desempenham vários papéis importantes na vida das cidades: filtram os poluentes do ar, absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio, melhoram a filtragem da água, criam sombra e reduzem as temperaturas, fornecem habitat para a vida selvagem e enriquecem os espaços que as pessoas frequentam para o bem-estar físico e mental. Mas em tempos de fortes tempestades causadas pelas mudanças climáticas, as árvores também são vulneráveis e podem representar um risco para infraestruturas críticas.

A Dra. Emma Hudgins, pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Biologia da Universidade Carleton, no Canadá, passa muito tempo pensando na saúde das árvores. Seu trabalho, que aborda os impactos de insetos invasores com o objetivo de produzir as melhores estratégias de manejo de pragas para o Canadá, é cada vez mais importante, considerando o valor ecológico e econômico das árvores urbanas e as ameaças antropogênicas interconectadas que elas enfrentam.

“Árvores mais fracas, incluindo aquelas danificadas por insetos, serão as que cairão em grandes tempestades. Mais rotas de navegação abertas devido ao derretimento do gelo polar também significam mais movimento de insetos. Isso me faz pensar, com todos esses estressores, qual será a perda real”, disse a pesquisadora.

O lado quantitativo da biologia

A Dra. Emma Hudgins se dedicou ao lado quantitativo da biologia já durante seus estudos de graduação. Alguns de seus professores se especializaram em espécies invasoras, o que se encaixava com sua mentalidade de conversação ambiental. Isso a levou à pesquisa de doutorado onde modelou perdas econômicas devidas a pragas florestais que matam árvores em áreas urbanas nos Estados Unidos.

Para sua pesquisa de pós-doutorado, orientada pelo Dr. Joseph Bennett, a Dra. Emma Hudgins está mudando dos EUA para o Canadá e de um processo descritivo para um processo prescritivo. Em vez de tentar entender onde os insetos comprometerão as árvores e os custos associados, ela está analisando as ações de manejo que podem ser tomadas para mudar a trajetória da disseminação de espécies invasoras e limitar os impactos nas árvores urbanas.

Até o momento, a Dra. Hudgins tem se concentrado na broca esmeralda, que foi a invasora mais prejudicial em suas análises anteriores, e duas abordagens para o manejo de pragas: quarentena – que neste contexto significa controlar o movimento de madeira e produtos de madeira – e liberação de organismos de controle biológico.

Modelos simulam o impacto de insetos invasores

Para construir seus modelos – grades de 50 km por 50 km que simulam o que acontecerá com as árvores quando uma praga for introduzida – a Dra. Hudgins tem parcerias com a Agência Canadense de Inspeção de Alimentos e o Serviço Florestal Canadense.

Ela conta com bancos de dados de inventário de árvores, informações limitadas ao Canadá, embora a cidade de Ottawa tenha um recurso on-line mostrando mais de 150.000 árvores nas propriedades da cidade. O governo federal do Canadá poderia usar esse tipo de modelagem para decidir onde aplicar os recursos. Um objetivo de longo prazo é fornecer às autoridades locais informações mais detalhadas sobre como os insetos podem se mover dentro de uma área geográfica específica, para que [os gestores] possam decidir quais árvores tratar e talvez quais remover.

Além da broca esmeralda, a Dra. Hudgins espera construir uma ferramenta que possa ser usada para controlar outros insetos. Ela tem um banco de dados de 72 espécies invasoras diferentes e está procurando pontos em comum entre as espécies para ajudar a determinar possíveis estratégias de manejo.

“Podemos aprender muito com os danos causados pela broca esmeralda e tentar impedir que esses impactos aconteçam de uma só vez. O foco principal agora é descobrir como salvar nossas árvores pelo maior período de tempo possível”, concluiu a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Carleton (em inglês).

Fonte: Dan Rubinstein, Universidade Carleton. Imagem: Vancouver, Canada. Fonte: Sophie Nito via Unsplash.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 ambiental t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account