Notícia

Projetos mostram caminhos para aumentar eficiência da irrigação

Estações meteorológicas em rede, revisão de protocolos e aspersor ajustável podem reduzir desperdício de água

Thiago Alberto Cabral da Cruz, Jornal USP

Fonte

Jornal da USP | Universidade de São Paulo

Data

quarta-feira, 17 outubro 2018 13:00

Áreas

Agricultura, Clima, Gestão Ambiental, Recursos Hídricos,Sustentabilidade, Tecnologias.

Novos caminhos para aumentar a eficiência dos sistemas de irrigação agrícola são apresentados em três pesquisas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Os estudos desenvolveram estações meteorológicas em rede, para controle a distância da demanda por água nos cultivos e propõem a revisão de protocolos internacionais de irrigação, de modo que considerem as condições atmosféricas locais. Os pesquisadores também criaram um aspersor com orifício ajustável para controlar a vazão de água, evitando o desperdício.

No Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, o engenheiro mecatrônico Thiago Alberto Cabral da Cruz testou uma rede de estações meteorológicas sem fio para determinar as variáveis que influem na evapotranspiração da cultura e do conteúdo de água no solo, para o eficiente manejo de irrigação. A rede de sensores da estação meteorológica foi montada nas estufas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Engenharia da Irrigação (INCT-EI), coordenado pela Esalq, em São Carlos, localizada a 100 quilômetros de Piracicaba. A pesquisa é descrita em tese de doutorado orientada pela professora Dra. Patricia Angélica Alves Marques.

“Entre janeiro e julho deste ano, foi manejada a irrigação da cultura do pimentão vermelho, mapeada a partir de um sistema tecnologicamente eficiente, baseado na redução de custo e na facilidade de instalação e manutenção”, explica o engenheiro. A rede de sensores foi implantada por meio de módulos que possuem microcontroladores de baixo consumo energético. “O módulo dos sensores também possui elementos para aferir a temperatura e a umidade do ambiente, a radiação solar, a temperatura e o conteúdo de água no solo”, explica o pesquisador. Com base nesses dados, redes neurais artificiais calculam a evapotranspiração de referência, essencial para regular o sistema de irrigação.

Clima

Um estudo realizado pelo Grupo de Experimentação e Pesquisa em Modelagem Agrícola (Gepema) da Esalq propõe a revisão dos protocolos internacionais para o manejo da irrigação. “O consumo hídrico é estimado por meio de uma correção feita para a evapotranspiração computada para uma cultura de referência, sendo um indicativo da demanda evapotranspirativa de um local em um determinado período. Esta correção é chamada coeficiente de cultura”, explica o engenheiro agrônomo Luiz Ricardo Sobenko, que participou do trabalho. O Gepema é coordenado pelo professor Dr. Fabio Ricardo Marin.

A correção é feita a partir de valores de coeficiente de cultura únicos para cada período (fase fenológica) de diversas culturas sazonais e perenes, padronizados internacionalmente. “Nas culturas do café, citros, cana-de-açúcar e milho (verão e safrinha), observou-se que, além do consumo variar em função da fase fenológica da cultura, oscilou também em função das condições atmosféricas locais”, revela o engenheiro Sobenko. O estudo concluiu que a abordagem adotada atualmente para recomendação de irrigação em condições de alta demanda apresenta uma superestimativa, gerando desperdício de água e energia.

Aspersor

Na pesquisa para sua tese de doutorado, Luiz Ricardo Sobenko desenvolve no Laboratório de Ensaios de Material de Irrigação (Lemi) da Esalq um aspersor com orifício ajustável, inspirado no diafragma das máquinas fotográficas, para regular a vazão da água durante a irrigação. “A proposta é aplicar a quantidade correta no momento e local apropriados, visando à otimização da produção e dos recursos hídricos e ambientais”, aponta o pesquisador. O estudo é orientado pelos professores Dr. Tarlei Arriel Botrel Dr. Jose Antônio Frizzone.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Júlio Bernardes, Jornal USP. Imagem: Thiago Alberto Cabral da Cruz, Jornal USP.

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