Notícia

Projeto padroniza ferramentas de análise para verificar contaminação ambiental em animais marinhos

Primeira etapa do projeto abrangeu padronização e criação de metodologia que possibilitasse a análise dos potenciais efeitos causados por um conjunto de compostos orgânicos

deluxtrade via Pixabay

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

sábado, 4 junho 2022 12:10

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Ecologia. Indústria. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Oceanografia. Química. Toxicologia.

Um projeto de extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que atua no desenvolvimento da padronização de técnicas e realização de análise de biomarcadores em espécies de tetrápodes marinhos, está prestes a entrar na sua segunda fase de trabalho após cinco anos de atuação como prestador de serviços à Petrobras junto ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e ao Programa de Monitoramento de Cetáceos da Bacia de Santos (PMC-BS). Os tetrápodes são classes de animais com quatro membros, como as aves, e as tartarugas e os cetáceos (golfinhos, baleias e botos), por exemplo.

O Laboratório de Biomarcadores de Contaminação Aquática e Imunoquímica, coordenado pelo professor Dr. Afonso Celso Dias Bainy, é o responsável pela prestação dos serviços, que utiliza, para as análises, amostras do fígado de animais mortos há menos de 24 horas antes de serem encontrados pelas equipes do projeto. “Nós precisamos dos animais em boas condições de uso, ou seja, que tenham morrido há menos de 24 horas. As equipes fazem a coleta da amostra, mantêm em nitrogênio líquido e enviam para o laboratório”, explicou o professor. As análises também são realizadas em amostras de pele de cetáceos coletadas em animais vivos pela equipe do monitoramento de cetáceos.

A primeira etapa do projeto abrangeu justamente a padronização e a criação de uma metodologia que possibilitasse a análise dos potenciais efeitos causados por um conjunto de compostos orgânicos. Os níveis desses compostos orgânicos foram analisados pelo Laboratório de Química Orgânica Marinha do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP). Na UFSC, o trabalho engloba a análise de parâmetros que servem de indicadores do efeito desses compostos no organismo dos animais. “Nós analisamos os biomarcadores que são afetados por determinados compostos”, explicou o professor Afonso Bainy.

“O biomarcador é uma terminologia usada em várias áreas: na área médica é um indicador de doença, na área geoquímica pode indicar se pode haver petróleo. Na área ambiental, biomarcador são as respostas bioquímicas moleculares, histológicas ou fisiológicas, ou seja, respostas biológicas, que o animal desencadeia em resposta à uma exposição”, contextualizou o pesquisador.  Uma das enzimas utilizadas como biomarcador nestes estudos é a EROD (etoxiresorufina – O – deetilase), considerado um indicador clássico de exposição a hidrocarbonetos, classe de substâncias caracteristicamente associada à indústria do petróleo.

O projeto de extensão, em sua primeira fase, trabalhou com um total de 851 amostras de seis espécies: a tartaruga Chelonia mydas, as aves Larus dominicanus e Puffinus puffinus, os golfinhos Tursiops truncatus e Stenella Longirostris e a baleia Balaenoptera brydei. Os cetáceos, entretanto, tiveram poucas amostras para a composição do resultado final.

Nova etapa

Nesse momento, a UFSC se prepara para uma nova etapa da pesquisa, após cinco anos de um ciclo que padronizou uma metodologia que agora poderá ser reproduzida em outros trabalhos. Na nova etapa do contrato com a Petrobras, mais seis espécies (Lepidochelys olivacea e Caretta caretta, Sula leucogaster e Calonectris borealis e Sotalia guianensis e Megaptera novangliae) serão acrescentadas ao escopo. Animais das bacias Potiguar, de Sergipe e Alagoas, e de Campos e Espírito Santo também passarão a integrar as análises.

De acordo com o professor, um dos interesses do trabalho é investigar a exposição desses animais ao petróleo e aos resíduos da indústria, mas isso não tem gerado dados destoantes do que se esperava. Já os poluentes emergentes e outros compostos, como os polibromados, bifenilas policlorados e pesticidas têm sido identificados nos estudos, o que deve fazer com que o conjunto de químicos estudados pela equipe também se amplie.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.

Fonte: Amanda Miranda, Agecom/UFSC. Imagem: Caretta caretta. Fonte: deluxtrade via Pixabay.

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