Notícia

Poluição do ar pode estar ligada ao aumento de consultas ambulatoriais na área de saúde mental

Fonte

Universidade Yale

Data

quinta-feira, 28 janeiro 2021 12:05

Áreas

Cidades. Ciência Ambiental. Qualidade do Ar. Saúde.

O aumento da poluição no ar pode estar ligado a taxas mais altas de utilização de serviços de saúde mental, apontam em novo estudo pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Yale, nos Estados Unidos.

As descobertas, que foram publicadas recentemente na revista científica Environmental Research, resultam de quase seis anos de dados de visitas ambulatoriais coletados em dois grandes hospitais em Nanjing, China – uma grande cidade com altos índices de poluição na China. Depois de comparar os números com a quantidade de partículas encontradas no ar todos os dias, os pesquisadores descobriram que as visitas foram geralmente em maior número quando a qualidade do ar era particularmente ruim.

Mais pesquisas são necessárias para entender completamente por que – e como – a qualidade do ar afeta a taxa de uso dos serviços de saúde mental. Mas de acordo com a Dra. Sarah Lowe, professora da Universidade Yale e primeira autora do estudo, as descobertas ressaltam a necessidade de mais investimentos em serviços de saúde mental quando a poluição do ar piorar.

“Aqui, mostramos que o material particulado está tendo esses efeitos mais gerais, não apenas nos sintomas, mas também no uso dos serviços”, disse a pesquisadora.

A poluição do ar é composta por muitos componentes diferentes, desde o monóxido de carbono emitido pelos veículos até o dióxido de enxofre encontrado ao redor das fábricas. Mas a Dra. Sarah Lowe e seus colaboradores decidiram se concentrar em partículas, porque representam o maior perigo para a saúde humana. Essas partículas de poeira do tamanho de um mícron podem impregnar o tecido pulmonar e até mesmo entrar na corrente sanguínea, através da qual podem influenciar a saúde mental.

“Essas minúsculas partículas não têm apenas efeitos nos pulmões, [mas também] no coração e no cérebro, além de efeitos em outros órgãos do  corpo”, disse o Dr. Kai Chen, professor de Epidemiologia da Universidade Yale e autor sênior do estudo.

Em Nanjing, a concentração de partículas excedeu os padrões de qualidade do ar da China por quase um quinto de todos os dias observados pelos pesquisadores. Seu impacto sobre os distúrbios psicológicos pode ser claramente refletido em um aumento subsequente de visitas aos dois hospitais da cidade.

Os pesquisadores descobriram que esse aumento foi mais pronunciado para homens e populações mais velhas. A Dra. Sarah Lowe explicou que essa distribuição desigual pode ser devida a diferenças sociais e comportamentais em diferentes partes da sociedade chinesa, mas mais pesquisas são necessárias para descobrir o porquê.

Ainda assim, este novo estudo se destaca como um dos únicos artigos que se dedicam à ligação entre o material particulado e a demanda por serviços ambulatoriais específicos de saúde mental. Os pesquisadores esperam que sua pesquisa estimule mais investigações sobre o assunto – e sobre as maneiras como as partículas afetam a saúde.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: Matt Kristoffersen, Universidade Yale. Imagem: Cidade de Nanjing. Fonte: Pixabay.