Notícia

Pesquisadores da Fazenda Experimental da Universidade Hokkaido estudam o ‘segredo da vitalidade do solo’

Fonte

Universidade Hokkaido

Data

terça-feira, 14 setembro 2021 09:05

Áreas

Agricultura. Sustentabilidade.

O vídeo abaixo apresenta a Fazenda Experimental Sapporo da Universidade Hokkaido, no Japão. A fazenda foi originalmente projetada como uma “fazenda modelo” para os agricultores locais, quando a Sapporo Agricultural College (atual Universidade Hokkaido) foi fundada em 1876. Pesquisadores do Laboratório de Nutrição Vegetal da Faculdade de Pesquisa Agropecuária vêm realizando experimentos importantes na fazenda.

Um experimento de campo de um século de duração

O professor Dr. Takuro Shinano lida com a composição do solo, investigando como as plantas podem sobreviver em um ambiente com poucos nutrientes.

Normalmente, as lavouras são cultivadas fertilizando artificialmente o campo com três elementos principais exigidos pelas plantas: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Neste campo administrado pelo laboratório, no entanto, as safras têm sido cultivadas por mais de 100 anos, controlando-se de perto esses três elementos. O campo é dividido em 5 partes diferentes, cada uma recebendo um tratamento diferente: campo privado de N, campo privado de P, campo privado de K, campo privado de NPK e um campo – um controle – que recebe todos os três elementos como um campo normal.

“Depois de muito tempo manejado esse campo, vemos que as plantas de todas as [cinco] partes ainda conseguem sobreviver, mesmo sem fertilização artificial. Mas, sem fertilizantes, o crescimento das plantas é significativamente limitado, uma vez que consomem muitos dos nutrientes do solo. Por este motivo, estou interessado em examinar a capacidade das plantas e culturas em absorver os nutrientes necessários do solo”, explicou o Dr. Shinano.

O laboratório continua suas pesquisas neste campo histórico, usando vários métodos para elucidar o mistério da troca nutricional entre o solo e as plantas.

Foco nas interações solo-raiz

O professor Dr. Hayato Maruyama está investigando especificamente o que ocorre entre a raiz e o solo. Como é difícil observar as raízes sob o solo, eles usam um dispositivo chamado “rhizobox” (que compacta as raízes e o solo entre placas de acrílico).

“Sabemos que 80% do fósforo contido no solo é fósforo orgânico, que as plantas não conseguem absorver. Portanto, a quantidade de fósforo que as plantas podem absorver é insuficiente e afeta seu crescimento. No entanto, diz-se que o tremoço tem ‘raízes em cacho’, que se acredita permitir a absorção de nutrientes que outras plantas não conseguem, usando suas raízes densas em forma de escova”, disse o Dr. Maruyama.

A partir dos experimentos com ‘rhizobox’, o Dr. Maruyama e sua equipe de pesquisa estão convencidos de que as raízes em cacho produzem e secretam ácidos orgânicos que convertem o fósforo orgânico em fósforo inorgânico, disponibilizando o fósforo para a absorção pela planta. Eles também estão desenvolvendo um novo método experimental para dividir as raízes em cacho e o solo retirado do ‘rhizobox’ em pequenas seções. As secreções das raízes e a condição do solo de cada seção podem ser examinadas para se obter uma compreensão mais profunda das interações raiz-solo.

Foco na capacidade de sobrevivência das plantas em solo com ambiente prejudicial

O professor Dr. Toshihiro Watanabe explora os segredos por trás da adaptabilidade das plantas em ambientes com deficiência nutricional e solo poluído. Um de seus estudos analisa o mecanismo de um distúrbio do tomateiro denominado Blossom-End Rot (BER). Embora sempre se tenha acreditado que a deficiência de cálcio causa o BER, muitos detalhes ainda não são conhecidos.

O Dr. Watanabe também está estudando Melastoma, uma planta que cresce se adaptando a solo ácido contendo alumínio.

“A maioria das plantas não absorve o alumínio prejudicial, mas o Melastoma tem um mecanismo para absorver e desintoxicar ativamente esse elemento. Muitos pesquisadores têm estudado os benefícios do alumínio para as plantas; mas considerando o fato de já estarmos estudando há 25 anos, acho que nosso laboratório é o mais antigo dessa corrida”, explicou o Dr. Watanabe.

O futuro da pesquisa em nutrição vegetal

“Acho que a missão mais importante do nosso laboratório é aprender persistentemente como cultivar plantas em solo desnutrido e expostas a outros tipos de fatores ambientais prejudiciais. Além disso, a fim de contribuir para a agricultura global, devemos ter em mente que nossa afiliação é a Faculdade de Agricultura. A agricultura é uma ciência prática e um estudo para detectar problemas. Com o cultivo nos campos e estufas, esperamos poder estar cientes e identificar os problemas que estão afetando vidas humanas. Também acho que é nosso papel criar tecnologias para resolver esses problemas”, disse o Dr. Takuro Shinano sobre o que ele espera no campo da pesquisa agrícola.

Com base no espírito de enfatizar a ciência prática herdada do Sapporo Agricultural College, o Laboratório de Nutrição Vegetal continua a resolver questões agrícolas. A Fazenda Experimental de Sapporo continuará a apoiar pesquisadores em sua busca por conhecimento e inovação.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Hokkaido (em inglês).

Fonte: Aprilia Agatha Gunawan, Universidade Hokkaido. Divulgação, Universidade Hokkaido.