Notícia

Pesquisa da UFPR estuda material particulado do ar de Curitiba e aponta riscos para a saúde

UFPR trabalha para compreender efeitos da poluição no organismo

Leonardo Bettinelli/Sucom-UFPR

Fonte

UFPR | Universidade Federal do Paraná

Data

segunda-feira, 4 novembro 2019 14:00

Áreas

Ciência Ambiental, Qualidade do Ara, Saúde.

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicada na Scientific Reports, do grupo Nature, indica que a composição química de poluentes dispersos no ar de Curitiba pode ocasionar riscos à saúde. O trabalho, realizado em parceria com instituições do Amazonas, São Paulo e também com universidades de fora do país, como a Universidade de Harvard, também comparou o índice de material particulado na atmosfera de Manaus e Curitiba.

Segundo o professor do departamento de Engenharia Ambiental, o Dr. Ricardo Henrique Moreton Godoi, estudos recentes indicam que a poluição atmosférica é causa da morte de cerca de nove milhões de pessoas por ano – um índice maior do que o do tabagismo, por exemplo, e que é pouco divulgado publicamente. O que a pesquisa investiga são amostras de material particulado, uma unidade muito pequena que respiramos todos os dias, sem ver.

“Esse aerossol, quando aspirado, vai até os alvéolos pulmonares, podendo se depositar ou solubilizar. Solubilizado ele pode chegar à corrente sanguínea”, explica o professor. Por ser uma pesquisa interdisciplinar, ela contou, inclusive, com colaboradores do campo da saúde, como o médico patologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), o Dr. Paulo Saldiva.

O artigo é uma síntese do estudo de doutorado da pesquisadora Gabriela Polezer, orientanda de Godoi. Desde a graduação ela traça um caminho estudando a poluição atmosférica, quando trouxe, de um intercâmbio em Manchester, na Inglaterra, o conceito de bioacessibilidade.

A parceria com a professora Dra. Sanja Potgieter-Vermaak, da Universidade Metropolitana de Manchester, que também assina o trabalho, permitiu que ela começasse a investigar o fenômeno. “Na área de poluição ambiental, a bioacessibilidade permite que se avalie substâncias tóxicas e se elas são solúveis em fluído pulmonar”, explica.

A pesquisa começou a ser desenvolvida ainda no mestrado, quando ela estabeleceu um protocolo para este tipo de análise. O fluido pulmonar teve a composição e as condições ambientais simulados em laboratório, e o material particulado coletado foi inserido neste fluido artificial para avaliar sua solubilidade e, consequentemente, seu potencial de chegar à corrente sanguínea.

Segundo o professor, não se sabia, até então, se as partículas eram solúveis no fluido pulmonar. A amostragem, coletada no Centro Politécnico, passou por um equipamento para separar as partículas menores que 2,5 micrômetros. Este conteúdo foi, então, depositado no líquido que simulava o que se encontra no órgão do corpo humano. Após filtrado, o conteúdo disponível era um material solubilizado, dentre eles o chumbo livre, um dos elementos que pode chegar ao sangue.

O material solúvel, o chumbo, cobre manganês e cromo foram analisados no laboratório da professora Dra. Andrea Oliveira, do departamento de Química, que co-orienta a tese de Gabriela. “As partículas de poluição entram no sistema respiratório e passam por barreiras. As maiores são eliminadas pelo organismo, mas são os metais que se solubilizam no fluido pulmonar que podem atingir o sistema circulatório e assim chegar a outros órgãos do corpo humano”, aponta Gabriela.

Acesse a notícia completa na página da UFPR.

Fonte: Amanda Miranda, UFPR. Imagem: Leonardo Bettinelli/Sucom-UFPR.

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