Notícia
Novo sensor pode detectar a presença de pesticidas potentes
Sensor combinado com o aplicativo para smartphone pode detectar a presença e a quantidade de dois agentes nervosos potentes
Christopher Robidillo
Novo sensor desenvolvido por químicos da Universidade de Alberta, no Canadá, pode detectar duas toxinas nervosas potentes que teriam sido usadas em guerras químicas. O sensor usa pontos quânticos baseados em silicone para detectar paraoxon e paration, duas toxinas poderosas que tornam os sensores amarelos ou verdes, dependendo da quantidade de toxina presente.
O estudo também mostra que um aplicativo comercial de smartphone pode ser usado para estimar com precisão a quantidade de toxinas em uma amostra, o que poderia oferecer uma maneira mais simples e rápida de detectá-las do que os métodos atuais que exigem instrumentos caros e técnicos altamente treinados.
“Paraoxon e paration são agentes nervosos [produtos químicos orgânicos que atuam sobre o mecanismo dos nervos] que têm sido usados como pesticidas”, explicou o Dr. Jonathan Veinot, químico da Universidade de Alberta, co-autor do estudo juntamente com o doutorando Christopher Robidillo. “A detecção precisa é importante porque essas substâncias são potentes – elas podem matar em poucos minutos, dependendo da exposição e do tratamento”.
Desde que o paration foi desenvolvido em 1947, a maioria dos países do mundo – incluindo o Canadá e os Estados Unidos – parou de usá-lo como pesticida, disse Robidillo, citando pesquisas que mostram que ele também está relacionado a câncer e defeitos congênitos.
O paraoxon, um composto semelhante criado quando o paration é decomposto por enzimas no corpo, é considerado 50 vezes mais tóxico. Pensa-se que tenha sido usado em guerra química durante a década de 1970 onde hoje é o Zimbábue, e mais tarde pelo regime do apartheid na África do Sul como parte de seu programa de armas químicas.
Para construir os sensores, a equipe de pesquisa combinou uma proteína fluorescente verde com pontos baseados em silício que emitem luz vermelha. Quando exposta ao paraoxon ou paration, a mistura não emite mais luz vermelha, fazendo com que o sensor ofereça vários tons de amarelo ou verde sob luz fluorescente.
“Os sensores podem ser usados para testar amostras ambientais e detectar a presença desses agentes”, acrescentou Christopher Robidillo. “Usando um aplicativo para smartphone, é possível estimar a quantidade de agente nervoso presente; isso é mais confiável que a simples avaliação visual. ”
O professor Veinot disse que os resultados sugerem que sensores semelhantes sejam adaptados para testar também outras toxinas: “É uma plataforma que pode ser usada para detectar várias substâncias ao mesmo tempo”.
O estudo foi publicado na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).
Fonte: Universidade de Alberta. Imagem: Christopher Robidillo.
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