Notícia
Novo projeto europeu visa produzir energia sem emitir gases poluentes
Equipa liderada por pesquisador da Universidade do Porto vai desenvolver tecnologia capaz de produzir energia sem emissão de gases do efeito de estufa ou poluentes
Duncan Sanchez, Unsplash
Fonte
Universidade do Porto
Data
segunda-feira, 6 abril 2020 16:20
Áreas
Biotecnologia. Energia. Qualidade do Ar. Sustentabilidade.
Uma equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Adélio Mendes, pesquisador do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em Portugal, acaba de garantir um financiamento do programa Horizonte 2020, da União Europeia, no valor total de 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões), a ser aplicado no desenvolvimento de uma tecnologia que permita a produção de energia sem emissão de gases do efeito de estufa ou poluentes.
Os pesquisadores pretendem que esta tecnologia seja de baixo custo, sustentável, de rápida implementação, capaz de ser usada em aplicações estacionárias e móveis e que esteja sempre disponível para ser usada quando for necessário. “Numa perspetiva de otimização do projeto, acredito que ainda podemos ambicionar que esta tecnologia não só não emita gases poluentes, mas que os consiga remover da atmosfera”, afirma o Dr. Adélio Mendes.
E como é que tudo se processa? Através da decomposição do biometano, em que o CO2 recolhido pela biomassa é transformado em carvão, imitando o processo natural.
Estável, barata e eficiente
A tecnologia parte do metano (biometano, gás natural ou metano sintético) e transforma-o de forma eficiente, estável e barata em carbono e hidrogênio, sem ter emissões de quaisquer outros subprodutos. Espera-se que o reator responsável por esta transformação tenha uma capacidade de produção de energia (hidrogênio) de cerca de 700 W/L. Uma estimativa dos custos indica que este processo produz hidrogênio cerca de 40% mais barato, comparativamente com o processo atual (reformação do metano com sequestro do CO2), se baseado no gás natural, e cerca de 30% mais barato quando baseado no biogás.
O hidrogênio produzido pode ser usado em células de combustível para produzir eletricidade, em altos fornos, para transformar os minerais de ferro em ferro metálico e na indústria química e petroquímica. As aplicações estacionárias compreendem o fornecimento de hidrogênio a bairros ou partes da cidade, a partir do gás natural e o fornecimento para a indústria química, de cimentos, metalúrgicas, e outras.
Nas aplicações móveis, destacam-se ainda os navios, trens, automóveis e caminhões. O carbono, ou carvão, é produzido em partículas de cerca de 0,2 mm e, depois de agregado, pode ser usado na construção civil, na produção de blocos compósitos, nas estradas ou na indústria dos pneus, entre outras aplicações.
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Raquel Pires, FEUP. Imagem: Duncan Sanchez, Unsplash.
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