Notícia

Novo método para purificar água potável poderia ser usado em zonas de desastre

Cientistas desenvolveram novo método de dessalinização que bombeia água através de membrana sem usar qualquer pressão externa

jcomp via Freepik

Fonte

Universidade de Bath

Data

domingo, 24 setembro 2023 13:45

Áreas

Biotecnologia. Desigualdade Socioambiental. Engenharia Ambiental. Materiais. Qualidade da Água. Química. Saneamento. Saúde.

Cientistas desenvolveram um novo método que converte a água do mar em água potável que pode ser útil em zonas de desastre onde a energia elétrica é limitada.

O método mais popular para remover o sal (cloreto de sódio) da água do mar é a osmose reversa, que usa uma membrana porosa que permite a passagem das moléculas de água, mas não do sal. No entanto, este método requer alta pressão e quantidades substanciais de eletricidade. A membrana frequentemente fica obstruída, reduzindo a eficiência do processo.

A nova técnica, desenvolvida por uma equipe de cientistas da Universidade de Bath, da Universidade Swansea e da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, não utiliza qualquer pressão externa, mas sim uma pequena quantidade de energia elétrica para puxar íons cloreto através da membrana em direção a um eletrodo carregado positivamente. Isso faz com que as moléculas de água sejam empurradas ao mesmo tempo que o cloreto. Enquanto isso, os íons sódio permanecem do outro lado da membrana, atraídos pelo eletrodo carregado negativamente.

Os íons cloreto são então reciclados de volta para a câmara que contém a água salgada e o processo é repetido, atraindo gradualmente mais e mais moléculas de água.

O Dr. Frank Marken, professor  do Centro de Pesquisa de Inovação em Água (WIRC) e do Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Bath liderou o estudo e prevê que a tecnologia poderia ser usada em pequena escala onde a água potável é necessária, mas não há infraestrutura disponível, como em áreas remotas ou zonas de desastre. “Atualmente, a osmose reversa consome tanta eletricidade que requer uma usina de energia dedicada para dessalinizar a água, o que significa que é difícil de conseguir em menor escala. Nosso método poderia fornecer uma solução alternativa em menor escala e, como a água pode ser extraída sem quaisquer produtos secundários; isso economizará energia e não envolverá uma planta de processamento em escala industrial. Também poderia ser potencialmente miniaturizado para uso em aplicações médicas, como sistemas de dosagem de medicamentos como a insulina”, destacou o professor Frank Marken.

Até o momento, a tecnologia está em fase de prova de conceito, convertendo apenas alguns mililitros de água, mas a equipe está agora procurando parceiros para potencial colaboração e investimento para ampliar o processo para um litro, o que permitirá calcular melhor o consumo de energia. A equipe também gostaria de explorar outras aplicações potenciais, como processos de secagem ou recuperação de água de diferentes fontes.

O professor Dr. Jan Hoffman, codiretor do WIRC em Bath, pontuou: “Zhongkai Li e Frank Marken desenvolveram materiais poliméricos que podem atuar como um novo tipo de bomba elétrica molecular para água. Acho que a descoberta pode ter um impacto potencialmente revolucionário na dessalinização da água do mar e também nos processos de secagem de materiais e recuperação de água”.

“É claro que ainda há um longo caminho a percorrer para criar uma tecnologia em grande escala baseada na recente descoberta, mas definitivamente parece promissora e muito inovadora em comparação com as tecnologias existentes de bombeamento e dessalinização”, concluiu o Dr. Jan Hoofman.

Os resultados foram publicados na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Bath (em inglês).

Fonte: Vicky Just, Universidade de Bath. Imagem: jcomp via Freepik.

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