Notícia

Novo material feito com resíduos de baixo custo absorve rapidamente quase todo mercúrio em águas poluídas

Novo material, criado pelo revestimento de sílica com enxofre e limoneno, é feito inteiramente a partir de resíduos de baixo custo da produção de petróleo, cítricos e da agricultura

Divulgação, Universidade Flinders

Fonte

Universidade Flinders

Data

quarta-feira, 25 maio 2022 10:40

Áreas

Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Indústria. Qualidade da Água. Química. Saneamento. Saúde. Sustentabilidade. Tecnologias. Toxicologia.

A poluição por mercúrio é um problema global na água, ar e solo perto de áreas de mineração, indústrias de cimento e outras indústrias pesadas que queimam combustíveis fósseis – com remoção muito cara ou difícil em alguns dos países mais pobres do mundo.

Recentemente, especialistas da Universidade Flinders, na Austrália, testaram um material sustentável capaz de absorver quase todo o mercúrio em água poluída em minutos – feito inteiramente a partir de resíduos de baixo custo da produção de petróleo, cítricos e da agricultura.

De fato, “os testes mostraram absorção quase total de mercúrio em poucos minutos em condições de teste”, disse o Dr. Justin Chalker, professor da Universidade Flinders e autor sênior do estudo, publicado na revista científica Physical Chemistry Chemical Physics.

“Está claro pelo estudo que este material de ligação ao mercúrio, inventado na Universidade Flinders, é ultrarrápido em sua capacidade de remover o mercúrio da água. Em alguns casos, mais de 99% do mercúrio é capturado em apenas alguns minutos”, disse o professor Chalker.

O Dr. Max Worthington, coautor do estudo e pesquisador do laboratório do professor Chalker, disse que o teste foi feito em um novo material criado pelo revestimento de sílica com enxofre e limoneno – uma nova combinação química que já demonstrou absorver efetivamente o mercúrio residual.

“Esta sílica coberta com uma camada ultrafina de poli(S-r-limoneno), utilizando o enxofre que sobra na produção de petróleo e óleo da casca de laranja descartada pela indústria de cítricos, foi amplamente testada em várias condições, com variações de pH e concentrações de sal. Este novo sorvente de mercúrio não só é capaz de se ligar rapidamente ao mercúrio na água, mas também é seletivo na absorção de mercúrio, mas não de outros contaminantes metálicos, como ferro, cobre, cádmio, chumbo, zinco e alumínio”, ressaltou o Dr. Max Worthington.

“É importante ressaltar que isso significa que apenas o mercúrio se ligará ao sorvente de laranja-enxofre, o que ajuda na segurança após a captura do mercúrio inorgânico. As partículas contidas em apenas 27g desse pó laranja de fluxo livre têm uma área de superfície aproximada de um campo de futebol e podem ser produzidas rapidamente em volumes grandes o suficiente para se adequar aos níveis de contaminação”, acrescentou o Dr. Max Mann, coautor do estudo e pesquisador em Flinders.

Alfrets Tikoalu, doutorando no laboratório do professor Chalker, disse que a sílica proveniente de resíduos agrícolas, como a produção de trigo ou arroz, também pode ser usada para que o material se torne ainda mais sustentável: “Essa tecnologia de remediação de mercúrio pode ser uma solução de economia circular para um mundo mais sustentável, porque esse material de valor agregado é feito inteiramente de resíduos”.

Para reforçar as descobertas, a modelagem matemática foi usada para entender qualitativamente a taxa de absorção de mercúrio – dados críticos para medir e otimizar o novo sorvente na remediação do mundo real.

“Este é um novo desenvolvimento empolgante na produção de soluções renováveis e acessíveis para os principais problemas ambientais que o mundo enfrenta hoje”, disse o Dr. Tony Miller, matemático aplicado e também coautor da publicação.

O projeto é um “excelente exemplo de colaboração entre ciências químicas, físicas e matemáticas para entender a taxa de absorção de mercúrio pelo nosso novo e inovador sorvente”, concluiu o professor Justin Chalker.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).

Fonte: Universidade Flinders. Imagem: Divulgação, Universidade Flinders.

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