Notícia

Metodologia pretende melhorar caracterização de microplásticos poluentes na atmosfera

Equipe do IPT desenvolve metodologia para tornar mais ágil e eficiente a caracterização dos poluentes atmosféricos

Divulgação, IPT

Fonte

IPT | Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Data

terça-feira, 28 junho 2022 16:05

Áreas

Ciência Ambiental. Engenharia Ambiental. Pesquisa. Qualidade do Ar. Saúde. Tecnologias.

Para caracterizar quimicamente partículas e fibras de microplásticos em projeto coordenado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), uma equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveu uma metodologia para tornar mais rápida e mais precisa a identificação de poluentes de origem polimérica presentes na atmosfera.

A metodologia criada pelo IPT emprega um corante que, ao conferir fluorescência seletiva aos microplásticos, permite que a confirmação da composição química seja feita de maneira mais rápida que os métodos mais empregados – na técnica habitualmente usada, é preciso considerar uma etapa de descontaminação, seguida da análise de todas as partículas presentes, para somente então tornar possível identificar quais delas são plásticas e quais não são.

Os resultados positivos alcançados pela equipe do Laboratório de Química e Manufaturados do IPT abrem caminho para superar dois dos grandes desafios na caracterização dos microplásticos atmosféricos: o primeiro é a presença nas amostras de outros contaminantes usualmente encontrados na poluição, como sílica, carbono amorfo, biofilmes e componentes orgânicos, que impossibilitam a caracterização pelas técnicas analíticas empregadas na identificação de polímeros – no caso, métodos espectroscópicos como de infravermelho ou Raman que ‘enxergam’ o plástico. O segundo diz respeito às próprias dimensões dos microplásticos que, em alguns casos, não são visíveis nem em microscópios mais modernos.

“É recente a discussão sobre os microplásticos atmosféricos: faz pouco tempo que esse tipo de contaminante foi elencado como uma preocupação ambiental, e não há métodos de análise padronizados para sua identificação”, explicou a pesquisadora Luciana dos Santos Galvão, coordenadora do projeto pelo IPT.

“Os grupos de pesquisa que iniciaram os trabalhos investigando os microplásticos atmosféricos adaptaram os métodos de caracterização disponíveis para outros tipos de poluentes, da coleta dos microplásticos até a identificação propriamente dita – em alguns artigos, por exemplo, contou-se com a análise visual das partículas para confirmar se os fragmentos eram de origem polimérica ou não, trazendo muitos falsos positivos, uma vez que muitos fragmentos não plásticos podem ser fisicamente similares aos plásticos”, completou a pesquisadora.

Para a etapa de seleção por meio da fluorescência na metodologia desenvolvida pelo IPT, é necessário o uso de um microscópio óptico de fluorescência na etapa de seleção das partículas, além de um espectrofotômetro na região do infravermelho acoplado ao infravermelho, responsável por efetivamente identificar quimicamente os microplásticos.

“A caracterização dos microplásticos é importante porque cada tipo de plástico leva diferentes aditivos na sua composição. Assim, saber a quais tipos de plásticos estamos expostos é extremamente relevante para estimar os impactos à saúde e ao meio ambiente”, explicou Luciana Galvão. Da mesma forma, a morfologia é um ponto fundamental porque, de acordo com as características apresentadas pelas microplásticos (fibras ou fragmentos, por exemplo), as partículas podem ser transportadas mais facilmente e, assim, também serem mais facilmente inaladas e se depositarem, por exemplo, em alvéolos pulmonares, que foi parte do objeto de estudo no caso da FMUSP.

A conclusão do projeto reforça, segundo a pesquisadora, o pioneirismo do IPT no desenvolvimento de métodos de análise e identificação de contaminantes, permitindo a participação do Instituto em diferentes projetos para os setores público e privado, em uma área cuja demanda tem crescido exponencialmente, dadas as preocupações com o meio ambiente e com a saúde humana.

Acesse a notícia na página do Instituto de Pesquisa Tecnológicas.

Fonte: IPT. Imagem: pesquisadora Luciana dos Santos Galvão. Fonte: Divulgação, IPT.

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