Notícia
MapBiomas Pampa Trinacional: pampa sul-americano segue perdendo vegetação nativa
Dados sobre as transformações deste bioma, que se estende por mais de um milhão de quilômetros quadrados entre Brasil, Argentina e Uruguai, ocupando 6,1% da América do Sul, foram divulgados no último dia 28 de novembro pelos pesquisadores
MapBiomas Pampa
Fonte
MapBiomas
Data
sexta-feira, 1 dezembro 2023 12:05
Áreas
Agropecuária. Ecologia. Geociências. Geografia. Monitoramento Ambiental. Recursos Naturais. Solo. Sustentabilidade.
O Pampa Sul-Americano perdeu 20% de sua vegetação campestre entre 1985 e 2022, incluindo 9,1 milhões de hectares de campos nativos, segundo a análise de imagens de satélite captadas no período pelo MapBiomas Pampa, uma rede colaborativa de especialistas da Argentina, Brasil e Uruguai.
Os dados sobre as transformações deste bioma, que se estende por mais de um milhão de quilômetros quadrados entre Brasil, Argentina e Uruguai, ocupando 6,1% da América do Sul, foram divulgados no último dia 28 de novembro pelos pesquisadores. A nova coleção de mapas anuais de cobertura e uso da terra é a mais completa já elaborada para o bioma e atualiza os dados da coleção anterior, lançada no ano passado.
Os dados revelam que a vegetação nativa já cobre menos da metade do Pampa (47,4%). A maior parte dela corresponde à vegetação campestre (32% do território), e que tradicionalmente é utilizada para a pecuária. Trata-se de um caso singular em que a produção animal e a conservação da biodiversidade geralmente integram sistemas produtivos com notável sustentabilidade ambiental.
Apesar disso, quase metade (48,4%) da região já teve a vegetação nativa convertida para o desenvolvimento da agricultura, pastagens plantadas ou silvicultura. As áreas de agricultura e silvicultura aumentaram 15% no período, o que significa um incremento de 8,9 milhões de hectares. Em área, o avanço da silvicultura foi menor: 2,1 milhões de hectares. Mas isso representou um crescimento de 327%. Já a vegetação campestre nativa, que é a base para a produção animal, sendo a vocação natural do bioma, caiu de 44 milhões de hectares em 1985 para 35 milhões de hectares em 2022.
“Vários estudos indicam que o Pampa Sul-Americano, onde predomina a vegetação nativa não florestal, é um dos biomas menos protegidos e mais ameaçados do continente, exatamente por conta das grandes taxas de transformação na cobertura e uso da terra e dos baixos níveis de proteção de seus ecossistemas naturais”, explicou o Dr. Eduardo Vélez, da equipe MapBiomas Pampa.
Apesar de, em 1985, quando teve início o período mapeado, o grau de conversão da vegetação nativa já fosse alto (40% da região com agropecuária, silvicultura e áreas urbanas), as transformações nos últimos 38 anos seguiram ocorrendo, alterando ainda mais a paisagem. Ou seja, a região ainda não estabilizou o processo de conversão dos ambientes naturais em áreas antropizadas. As consequências disso são ruins para a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, além de comprometer o potencial regional de produzir carne de modo sustentável, em escala, a partir da vegetação campestre típica do bioma.
Destaques
- O Pampa Sul-Americano ocupa 6,1 % (109,2 milhões de hectares) da América do Sul;
- 66% da área mapeada está na Argentina (72 milhões de hectares), 18% no Brasil (19,4 milhões de hectares), e 16% no Uruguai (17,8 milhões de hectares);
- A perda líquida de vegetação campestre entre 1985 e 2022 foi de 9,1 milhões de hectares;
- As áreas de agricultura e pastagens plantadas somadas cresceram 16%, de 43,2 milhões de hectares para 50,1 milhões de hectares e
- A área de silvicultura (os plantios de árvores exóticas) aumentou de 645 mil hectares para 2,8 milhões de hectares (aumento de 327%).
Acesse a notícia completa na página do MapBiomas.
Fonte: MapBiomas. Imagem: Pampa Trinacional. Fonte: MapBiomas Pampa.
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