Notícia

Isopor reciclado com nanopartículas de prata pode ser usado para filtrar água

Nanopartículas de prata são injetadas na espuma reciclada a partir do isopor

Wikimedia Commons

Fonte

Confap | Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa

Data

segunda-feira, 16 dezembro 2019 10:40

Áreas

Saneamento. Nanotecnologia. Saúde.

O poliestireno expandido (EPS), conhecido pela marca comercial “Isopor”, também é um plástico e deve ser reciclado. Na Paraíba uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) reutiliza o Isopor para produzir um filtro de água. O poliestireno é transformado em uma espuma sólida que é a base para substâncias que degradam toxinas.

Hoje o Brasil recicla uma média de 30% do Isopor utilizado, conforme dado da Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.

O problema para reciclar esse material, apontado pelo professor Dr. Rodrigo José de Oliveira, membro permanente do Programa de Pós-graduação em Química da UEPB, é que é necessário muito volume de Isopor para extrair um quilo de material reciclável.

O Dr. Rodrigo, juntamente com sua equipe de pesquisa, desenvolveu um filtro de água capaz de eliminar toxinas da água mesmo depois de tratada, as microcistinas. Elas são originadas pelas cianobactérias, comuns em reservatórios mais vazios, onde a quantidade de bactérias aumenta muito. Quando ingeridas constantemente e em excesso, esse poluente causa infecções e pode levar ao câncer.

O especialista conta que o filtro é uma espuma reciclada a partir do isopor. Nessa espuma são injetadas nanopartículas de prata. “O que acontece: as pequeníssimas partículas de prata tem uma maior capacidade de degradar as microcistinas, resultado do seu tamanho nanométrico. Chamamos tecnicamente de um processo catalítico oxidativo, mas também se enquadra na nanotecnologia”. Os nanomateriais apresentam novas propriedades nesta escala de tamanho. O sucesso desse resultado se deve a isso.

Essa pesquisa teve início por volta de 2012, depois que Rodrigo Oliveira concluiu o doutorado “sanduíche” pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com estágio na Universidade de Bristol, na Inglaterra. No exterior ele estudava com o grupo de pesquisa liderado pelo professor Dr. Julian Eastoe. O pesquisador teve a oportunidade de conhecer dois trabalhos que traziam princípios básicos das técnicas empregadas que levaram, na Paraíba, ao reuso de isopor. Quando o Dr. Rodrigo começou a lecionar na UEPB, decidiu mudar sua linha de pesquisa e mergulhar na investigação desses novos materiais.

Com uma equipe enxuta na Paraíba, mas em contato com o professor Eastoe, os pesquisadores reutilizaram o isopor descartado como lixo para criar um sólido poroso, ao qual chamaram de “nanoespuma”. Esse sólido é a base para as nanopartículas agirem. “Descobrimos um fim nobre para uma poluição que tem mobilizado governos de países industrializados”, diz o Dr. Rodrigo Oliveira, ainda assim alertando para o consumo excessivo de isopor em embalagens para refeições, copinhos de café, bandejas de frios, os envoltórios de produtos frágeis.

Testes comprovam a eficiência da purificação

 O filtro de nanoespuma foi testado preliminarmente em uma água contaminada por um corante magenta chamado rodamina B, tóxico para o sistema reprodutivo e neurológico, e pode até provocar câncer. O filtro conseguiu  degradar 98,2% da rodamina B. Foram reutilizadas e degradaram mais de 96% da rodamina B nos quatro primeiros ciclos.

O próximo passo a ser dado pelos pesquisadores é comprovar a tese de que esse material poderá eliminar as microcistinas. Para isso, a nanoespuma será testada em águas de reservatórios na região rural do interior da Paraíba, onde esse poluente é comum. Nessa etapa o professor Dr. Wilton Lopes, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da UEPB se integrará ao time, o que tornará possível, também, aumentar a escala de produção e aplicação destes materiais para maiores volumes de água.

Acesse a notícia completa na página da CONFAP.

Fonte: CONFAP. Imagem: Wikimedia Commons.

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