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IPT assina acordo internacional para incentivar construção civil em madeira

Pixabay

Fonte

IPT

Data

domingo, 1 outubro 2017 09:00

Áreas

Gestão Ambiental, Sustentabilidade, Meio Ambiente

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) participou do Woodrise Bordeaux 2017 1º Congresso Mundial de Construção Civil em Madeira em Altura, ocorrido na França entre os dias 10 e 15 de setembro, e assinou um acordo de cooperação multilateral com quatro países cujo objetivo é promover o uso da madeira em edificações de alto desempenho de forma econômica, responsável e sustentável.

O evento contou com apresentações, palestras técnicas, mesas redondas e workshops, além de uma feira relacionada à construção de madeira, na qual estiveram presentes os principais atores da cadeia com produtos e soluções de ponta no mercado mundial. Segundo Fulvio Vittorino, diretor do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT e um dos participantes do congresso, o ganho ambiental é um dos principais motes para a realização do evento e a assinatura do acordo.

“O termo foi assinado com França, Suíça, Finlândia e Canadá, países de tradição em construção em madeira, e tem como foco o fato de este ser um material que faz captura de carbono do ambiente, diminuindo a presença de gases que contribuem para o efeito estufa”, explica ele. “O incentivo ao uso da madeira faz parte do que chamamos de mercado de economia verde”.

Segundo Ligia Ferrari T. di Romagnano, diretora do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais, um dos primeiros frutos do acordo deve ser encampar a ideia da construção sustentável em madeira na 23ª Conferência das Partes (COP 23) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que ocorrerá em novembro, na Alemanha, tendo como propósito o desenvolvimento de tecnologias para redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa e o atingimento de metas de redução de emissões no setor da construção civil. .

A participação dos pesquisadores do IPT no evento contou com o apoio da empresa florestal Amata Brasil, que possui um projeto de construção de um edifício em madeira 100% certificada em São Paulo. Com 13 pavimentos, o projeto será um marco na construção em madeira no Brasil, que não possui edificações de alto desempenho baseadas no uso da matéria-prima.

“Os demais países que assinaram o acordo possuem algumas soluções construtivas em madeira bastante maduras. Porém, são países de clima temperado, com outras espécies de árvores, outras regulamentações, costumes e culturas” avalia Vittorino. “O grande desafio do Brasil, e do qual o IPT pretende ser um braço tecnológico e porta-voz, é a adaptação e criação de soluções que atendam ao nosso contexto e a contextos semelhantes ao nosso”, explica o pesquisador.

Nas palavras de Ligia, o Instituto uma grande oportunidade de desenvolvimento no contato com outras instituições de pesquisa, em especial o FCBA, que possui linhas de pesquisa complementares às do IPT. “E temos também a ensinar: a construção em madeira desses países baseia-se muito no uso de coníferas, em um número de espécies muito limitado. Nossa diversidade de espécies de árvores e a disponibilidade de áreas para plantio são maiores, o que pode ampliar o leque de possibilidades na hora de construir”, avalia.

Segundo Vittorino, o Brasil já avançou bastante com a criação da NBR 15.575 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que abriu a possibilidade do uso de sistemas construtivos alternativos, desde que atendam a critérios mínimos de qualidade e desempenho nas edificações: “Para materiais como o aço e o concreto, já temos referências de como a construção deve ser feita para atender aos requisitos. Para a madeira, precisaremos criar essas referências através de estudos e da prática”.

Aponta ainda que o IPT tem competências e expertise para apoiar toda a cadeia de construção em madeira. “Podemos apoiar todo o caminho, da árvore à edificação. Isso inclui a exploração sustentável, a transformação da madeira serrada em processada, a proteção das peças, a elaboração de projeto de arquitetura e engenharia e as visitas às obras para fazer especificações e testes, além da manutenção. Todo o conhecimento ainda pode ser revertido na criação de normas técnicas para orientar o mercado”, afirma ele.

Para finalizar, os pesquisadores ressaltam que o foco não é defender o uso da madeira como a melhor solução construtiva, e sim oferecer alternativas ao mercado. “Todo material tem vantagens e desvantagens, e seu uso depende das condições em que se realiza uma obra e da viabilidade financeira de cada solução. Talvez a resposta para o futuro seja justamente a combinação de materiais, visando sustentabilidade e desempenho, além de economia. E é aí que buscamos oferecer mais uma possibilidade ao mercado brasileiro”, conclui Ligia.

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