Notícia

Estudos de cartografia ajudam a compreender disseminação da COVID-19

Mapas utilizam variáveis como faixa etária, densidade demográfica e áreas de concentração de pessoas em Erechim/RS; outro trabalho observa dados mundiais

Divulgação, UFFS

Fonte

UFFS | Universidade Federal da Fronteira Sul

Data

quinta-feira, 23 abril 2020 13:30

Áreas

Cartografia. Geografia. Saúde.

Pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim estão utilizando a cartografia para compreender melhor a disseminação do vírus tanto no município de Erechim como no estado do Rio Grande do Sul e também no mundo.

Uma das intenções do trabalho é auxiliar o poder público com dados sobre os territórios, utilizando variáveis como a faixa etária da população, densidade demográfica, áreas de vulnerabilidade social e a localização de pontos que concentram pessoas. Os pesquisadores elaboraram mapas temáticos para subsidiar a compreensão da situação atual da área urbana de Erechim, a partir da organização espacial da cidade. “Para além da quantidade de casos e mortes, nos interessa entender como a doença pode se espalhar, ou seja, se espacializar, para saber quais medidas podem ser planejadas para diminuir sua disseminação”, dizem os pesquisadores.

Um dos dados que chama atenção nos mapas é a localização das pessoas com mais de 50 anos, em Erechim. O grupo etário de 50 a 59 anos, em 2010, representava 10.609 pessoas, distribuídas de maneira homogênea em praticamente todos os bairros. Cabe ressaltar que os pesquisadores elaboraram uma projeção populacional para 2020, considerando óbitos e envelhecimento. No entanto, avaliaram que, mesmo havendo mudanças nos últimos 10 anos, a composição e distribuição da referida população possui características parecidas com aquelas de 2010.

A análise destaca também que 12,45% da população erechinense tinha mais de 60 anos em 2010, ou seja, aproximadamente 12 mil pessoas se enquadram na condição de idosos. Em relação aos residentes que possuíam de 60 a 69 anos, o número era de 6.387 pessoas. “Ao olharmos para a distribuição dessa população, verificamos uma relativa concentração na área central da cidade”, dizem os pesquisadores.

Outro mapa destaca a síntese espacial a partir dos indicadores das áreas prioritárias para ações contra a Covid-19, demonstrando uma lógica de organização do espaço urbano de Erechim com destaque para duas situações: primeiro, para se evitar mortes; segundo, para evitar a transmissão do vírus. O indicador populacional, especialmente sobre a população idosa, define a área prioritária na qual há maior suscetibilidade a óbitos em decorrência do agravamento da doença, ou seja, locais da cidade nos quais são necessárias ações para evitar contaminação dos residentes idosos.

O mapa também ressalta vias de grande circulação de pessoas e centros de atendimento de saúde e de assistência social, que, devido a suas características, constituem-se em possíveis focos de agrupamento de pessoas, colaborando para a disseminação do vírus. Os primeiros pontos destacados são hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Esses representam pontos sensíveis para o acolhimento e atendimento a quem padece da COVID-19. Tratam-se de referências para a população em situações relacionadas à saúde e à assistência social e também são suportes à qualidade de vida das pessoas pertencentes ao grupo de risco.

No mundo

O técnico de laboratório Bruno Zucuni Prina é doutor em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ele é responsável pela organização de um mapa online (WebMappings), que auxilia o entendimento das dinâmicas e proporções que o novo coronavírus está alcançando no mundo, equicomparando com o cenário brasileiro. O trabalho pode traçar cenários futuros a partir da análise de dados pretéritos.

“É uma forma interativa de apresentação de dados cartográficos que facilita inúmeras questões. O acesso aos dados pode ser realizado a partir do acesso à internet com um smartphone, computador ou notebook. A atualização das informações também é facilitada, uma vez que os dados sempre estarão disponíveis no mesmo link. A ideia de trabalhar com WebMappings é motivada por ter sido o assunto central da minha tese de doutorado”, concluiu Bruno Prina.

Acesse o mapa online (WebMappings).

Acesse a notícia completa na página da UFFS.

Fonte: Universidade Federal da Fronteira Sul. Imagem: Divulgação, UFFS.

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