Notícia

Estudo propõe nova forma de analisar a biodiversidade

O foco da pesquisa foram os arumãs, plantas amazônicas que apresentam formas muito variadas

Divulgação

Fonte

UFOPA | Universidade Federal do Oeste do Pará

Data

segunda-feira, 9 setembro 2019 15:00

Áreas

Biodiversidade, Conservação, Gestão Ambiental, Recursos Naturais.

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) inova ao propor uma abordagem mais detalhada para se compreender a biodiversidade. A pesquisa é fruto da dissertação de mestrado da colombiana María Alejandra Buitrago Aristizábal, que ingressou na primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade (PPGBEES), sob orientação do professor Dr. Thiago André. Ela estudou o gênero Ischnosiphon, mais conhecido como arumã. Típica da Amazônia, a planta tem importância cultural e econômica e é usada pelos indígenas e ribeirinhos para a confecção de cestos, peneiras e outros produtos artesanais.

Com uma abordagem multivariada, a pesquisa propõe um método inovador, que lança um olhar – ainda mais – minucioso sobre a biodiversidade. “Uma coisa muito importante do trabalho é que é baseado em indivíduos. Um botânico tradicional pega todas as exsicatas [amostras de plantas de coleções científicas], vê várias folhas e faz uma média. Mas acontece que aí está se ignorando a variabilidade do indivíduo”, explica María Alejandra.

No arumã, por exemplo, detectou-se que a literatura científica não consegue traduzir a grande variabilidade das plantas que são encontradas na natureza. “Sempre temos essa mania de classificar as coisas, de dar nome às coisas. Mas quando fazemos isso, muitas vezes, não reconhecemos que as coisas que estamos categorizando talvez sejam diferentes. Para uma planta é mais complexo porque tem que levar em conta toda a variação morfológica, o habitat, a distribuição geográfica… antes de você dar nomes para os organismos, precisamos ter muitas evidências de como eles realmente são. E esses nomes não só representam um indivíduo, mas todo um contínuo que acontece na natureza”, comenta.

Como ocorre em uma ampla faixa territorial, que vai da Nicarágua até o sul da Bolívia e do Brasil, o gênero do arumã comporta uma série de espécies que podem ser muito diferentes entre si. Dentro de cada espécie, cada indivíduo também apresenta características próprias, que podem enganar até os especialistas à primeira vista. Por isso, segundo o estudo, o tamanho ou a forma da planta, representados por uma ou poucas medidas, não são considerados indicadores suficientes da variação encontrada na natureza.

Uma das hipóteses era de que a planta apresenta mudanças devido à localização geográfica e às condições climáticas, como nível de chuva e temperatura. Em seis espécies detectou-se essa relação, mas é possível que outros fatores sejam a chave para explicar porque as plantas mudam tanto.

Para chegar a essa conclusão, foi preciso um longo período de análise de dados. O teste foi feito com 244 indivíduos de 22 espécies de arumã, coletados em trabalhos de campo na Floresta Nacional do Tapajós, no Oeste do Pará; na Flona do Amapá; e na Reserva Uatumã, no estado do Amazonas. Primeiro, cada material coletado foi comparado ao acervo dos herbários do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Depois, passaram por um espectrofotômetro, equipamento que permite capturar o espectro de absorção de luz de cada folha, algo como uma “impressão digital” de cada planta.

“As pessoas acham que diferentes formas são diferentes coisas. É por isso que é muito importante estudar os indivíduos, ter muitas evidências e fazer as análises corretas para fazer uma interpretação muito mais real da natureza”, reforça a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da UFOPA.

Fonte: Luena Barros – Comunicação/UFOPA. Imagem: Divulgação.

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