Notícia

Estudo mostra que humanos afetam a evolução de plantas e animais

Pesquisadores apontam quantos anos de evolução são perdidos com a extinção de animais

Pedro Jordano

Fonte

Unesp

Data

sexta-feira, 21 junho 2019 14:35

Áreas

Biodiversidade, Conservação, Ciência Ambiental, Saúde Ambiental.

Todas as espécies na Terra interagem umas com as outras para sobreviver, sendo este o resultado de milhões de anos de evolução. Algumas espécies possuem uma relação benéfica para ambas as partes, como as plantas e seus dispersores de sementes. No entanto, se os animais que comem os frutos desaparecerem abruptamente, as plantas que dependem destes para completar seu ciclo de vida irão sofrer as consequências.

Pesquisadores do campus de Rio Claro da Unesp, em colaboração com pesquisadores da Espanha e financiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), acabam de publicar um estudo quantificando quantos anos de evolução são perdidos com a extinção de animais que estabelecem relações benéficas com as plantas.

O estudo pode ser acessado gratuitamente na revista científica Science Advances (Emer et al. 2019. Defaunation precipitates the extinction of evolutionarily distinct interactions in the Anthropocene. DOI 10.1126/sciadv.aav6699).

Os pesquisadores mostraram que algumas interações entre aves e plantas são muito mais antigas que outras e a extinção de um dos parceiros leva a uma enorme perda de história evolutiva.

Histórias evolutivas antigas tendem a ser muito diferentes e desempenham funções únicas na natureza. Na Mata Atlântica, por exemplo, a jacutinga (Pipile jacutinga) possui uma história evolutiva de cerca de 29 milhões de anos (Ma) e é um dos principais dispersores do palmito juçara (Euterpe edulis), que por sua vez tem em torno de 99 milhões de anos. Juntos, a jacutinga e o palmito juçara possuem cerca de 130 milhões de anos de informação evolutiva única. A jacutinga é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e está ameaçada de extinção.

“O ser humano está agindo na Terra como o meteoro que matou os dinossauros”, diz Galetti. “Não estamos apenas empobrecendo a biodiversidade do planeta, mas estamos empobrecendo a história evolutiva da Terra”, afirma o professor.

O estudo faz parte do pós-doutorado da pesquisadora Dra. Carine Emer, sob a orientação do professor Dr. Mauro Galetti, ambos do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Unesp em Rio Claro. Além deles, assinam o trabalho o professor Marco Aurelio Pizo, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Unesp em Rio Claro; Pedro Jordano, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), da Espanha; e Miguel Verdú, também ligado ao espanhol CSIC.

Acesse a notícia completa na página da Unesp.

Fonte: ACI Unesp. Imagem: Pedro Jordano, divulgação.

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