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Em 2019, emissões globais de carbono aumentaram em ritmo mais lento

Emissões globais de carbono são afetadas pelo declínio na queima de carvão mas também pelo forte crescimento do uso de gás natural e petróleo em todo o mundo

Pixabay

Fonte

Universidade de Exeter

Data

quinta-feira, 5 dezembro 2019 16:45

Áreas

Energia. Mudanças Climáticas.

Em 2019, projeta-se que as emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis cresçam 0,6% (-0,2 a +1,5%), atingindo quase 37 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). Essa quantidade é menor que os valores de 1,5% em 2017 e de 2,1% em 2018.

Essa menor taxa de crescimento se deve a quedas substanciais no uso de carvão na União Europeia e nos Estados Unidos e a um crescimento mais lento no uso de carvão na China e na Índia em comparação com os últimos anos. Um crescimento econômico mais fraco também contribuiu para essa tendência.

O gás natural registrou o crescimento mais rápido das emissões de combustíveis fósseis em 2019, com um aumento projetado de 2,6% (+1,3 a +3,9%). O petróleo usado no transporte também está aumentando as emissões, com um aumento projetado de 0,9% (+0,3 a +1,6%) este ano, enquanto as emissões da queima de carvão devem diminuir 0,9% (-2,0 a +0,2%).

As emissões deste ano provavelmente serão 4% maiores que em 2015, o ano do Acordo de Paris da ONU.

À medida que os governos internacionais se reúnem na Conferência das Partes da ONU (COP25) em Madri, a equipe por trás da atualização anual do Projeto Global de Carbono pede políticas direcionadas à eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis, além de mais ações urgentes e significativas como a implantação em grande escala de energia renovável e outras tecnologias de baixo carbono.

O pesquisador Dr. Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, explicou: “Uma falha em enfrentar prontamente os fatores determinantes do crescimento contínuo das emissões limitará a capacidade do mundo de atingir um aquecimento abaixo de 2° C na temperatura global, objetivo do Acordo Climático de Paris. “A ciência é clara: as emissões de CO2 precisam diminuir para zero [valor líquido] globalmente para impedir um aquecimento significativo do planeta”.

O que mais está acontecendo?

O crescimento mais lento em 2019 está alinhado com as tendências da década passada. As emissões globais de CO2 fóssil cresceram 0,9% (em média) ao ano desde 2010, mais lentamente que os 3% ao ano dos anos 2000.

As estimativas preliminares das emissões do desmatamento por fogo e outras mudanças no uso da terra em 2019 atingiram 6 bilhões de toneladas de CO2, cerca de 0,8 bilhão de toneladas acima dos níveis de 2018. Esse aumento decorreu, em parte, da atividade de incêndios florestais elevados na Amazônia e também nas zonas de desmatamento da Indonésia.

O total de emissões de CO2 de atividades humanas – incluindo combustão de combustíveis fósseis e mudança no uso da terra – deve atingir 43,1 bilhões de toneladas (39,9 a 46,2 GtCO2) em 2019.

As concentrações de CO2 na atmosfera continuam a crescer e a projeção é de que possam atingir 410 partes por milhão em média ao longo do ano. A concentração atmosférica de CO2 em 2019 está 47% acima dos níveis pré-industriais.

Dra. Corinne Le Quéré, professora da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido, contribuiu para a análise deste ano. Ela disse: “As atuais políticas climáticas e energéticas são muito fracas para reverter as tendências nas emissões globais”.

“As políticas têm sido bem-sucedidas em vários graus na implantação de tecnologias de baixo carbono, como veículos solares, eólicos e elétricos. Mas isso geralmente aumenta a demanda existente por energia, em vez de substituir as tecnologias que emitem CO2, principalmente nos países onde a demanda por energia está crescendo. Precisamos de políticas mais fortes que visem eliminar o uso de combustíveis fósseis”, afirmou a especialista.

Orçamento Global de Carbono

Em uma análise separada publicada no início deste ano, os membros da equipe do Orçamento Global de Carbono mostraram que os 18 países que mais reduziram as emissões de carbono na última década geralmente compartilham três características:

  • Consomem energia de forma estável ou em declínio;
  • Usam significativamente energia renovável em substituição à energia fóssil;
  • Contam com políticas climáticas e energéticas.

Os dados para o Orçamento Global de Carbono 2019 foram publicados no último dia 4 de dezembro simultaneamente nas revistas científicas Nature Climate Change, Earth System Science Data e Environmental Research Letters.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Exeter (em inglês).

Fonte: Universidade de Exeter. Imagem: Pixabay.

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