Notícia

Elefante africano ajuda a manter estoque de carbono na floresta

Estudo internacional, com a participação de pesquisadores brasileiros, indica que animal ameaçado de extinção contribui para a manutenção de árvores com mais biomassa nas florestas tropicais da África

Matt Miur, divulgação

Fonte

Jornal da Unicamp

Data

quarta-feira, 17 julho 2019 09:00

Áreas

Biodiversidade, Conservação, Gestão Ambiental, Sustentabilidade.

O elefante africano da floresta (Loxodonta cyclotis) é conhecido por sua capacidade de atuar como “jardineiro”. À medida que transita pelas florestas tropicais africanas, o animal espalha um vasto número de sementes de frutas, de uma grande diversidade de árvores das quais se alimenta. Dessa forma auxilia a germinação de mais de cem espécies de árvores, que também fornecem alimento ou servem de abrigo para primatas, pássaros e insetos.

Um estudo internacional, com a participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Embrapa Informática Agropecuária, concluiu que o papel desempenhado pelo elefante africano da floresta nas florestas tropicais africanas, porém, vai muito além de dispersor de sementes. Os pesquisadores constataram que o animal – ameaçado de extinção – promove mudanças na estrutura da floresta e contribui para aumentar o armazenamento de carbono.

Durante a caminhada, além de se alimentar o elefante pisoteia, atropela ou se coça em árvores localizadas próximas às trilhas que utiliza preferencialmente para cruzar a floresta. O desbaste dessas árvores reduz a sua densidade ao longo do tempo.

A diminuição da densidade de árvores alivia a competição por água, luz e espaço entre elas e favorece o surgimento de árvores maiores, com maior diâmetro e densidade de madeira e, consequentemente, mais carbono estocado na biomassa. Essa mudança na estrutura das florestas tropicais africanas e na composição das espécies de árvores influenciada pelo animal também aumenta, em longo prazo, o equilíbrio da biomassa acima do solo, apontou o estudo.

Resultado de um projeto apoiado pela FAPESP, o trabalho foi publicado na revista científica Nature Geoscience.

Extinção dos elefantes

Os pesquisadores simularam os efeitos da extinção dos elefantes na concentração de biomassa acima do solo em toda a floresta da África Central – com 2,2 milhões de quilômetros quadrados de extensão. Os resultados indicaram que a perda do animal resultaria em uma diminuição de 7% da biomassa acima do solo e de até 3 bilhões de toneladas de carbono. A conservação dos elefantes pode reverter essa tendência de queda de serviço de armazenamento de carbono estimado em US$ 43 bilhões, apontam os pesquisadores.

O Artigo

O artigo Carbon stocks in central African forests enhanced by elephant disturbance (doi 10.1038/s41561-019-0395-6), de Fabio Berzaghi, Marcos Longo, Philippe Ciais, Stephen Blake, François Bretagnolle, Simone Vieira, Marcos Scaranello, Giuseppe Scarascia-Mugnozza e Christopher E. Doughty, pode ser lido por assinantes da revista Nature Geoscience

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unicamp.

Fonte: Jornal da Unicamp. Imagem: Divulgação.

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